Brasil

EI orienta ataque de "lobos solitários" na Olimpíada do Rio

Estado Islâmico incentivou ataques de "lobos solitários" durante Olimpíadas do Rio de Janeiro


	Olimpíada: EI propôs uso de drones com pequenos explosivos, acidentes de trânsito e uso de veneno e medicamentos em ataques
 (Getty Images)

Olimpíada: EI propôs uso de drones com pequenos explosivos, acidentes de trânsito e uso de veneno e medicamentos em ataques (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2016 às 07h43.

Cleveland, Estados Unidos - O Estado Islâmico e outros grupos jihadistas conclamaram os seus seguidores a atuar como "lobos solitários" e realizar ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto.

Entre os alvos sugeridos estão as delegações e visitantes dos Estados Unidos, Inglaterra, França e Israel. Os métodos propostos abrangem a utilização de drones com pequenos explosivos, acidentes de trânsito e o uso de veneno e medicamentos.

A defesa dos ataques foi realizada em inglês por meio do aplicativo de mensagens Telegram, que costuma ser usado para estimular a ação de "lobos solitários", revelou análise do SITE Intelligence, consultoria especializada na atuação de grupos extremistas na internet, que é referência no tema até para o governo dos Estados Unidos.

Em junho, o Estado Islâmico criou no Telegram o primeiro canal para disseminação de propaganda jihadista em português, voltado para o público brasileiro.

Desde então, seguidores do grupo passaram a disseminar a incitação de atos terroristas por um grupo que se autointitula "Ansar al-Khilafah Brazil", que se apresenta como baseado no País.

O autor das mensagens orientou os seguidores a se aproveitarem das favelas do Rio onde a criminalidade é disseminada e a usarem a "porosa fronteira" com o Paraguai para levar armas ao Brasil.

"O recente post sobre os Jogos Olímpicos do Rio diz que ‘vistos, entradas e viagens para o Brasil serão fáceis de obter'", ressaltou a análise do SITE.

Segundo a empresa, os jihadistas utilizam o Telegram para fornecer manuais para realização de atentados e celebram a realização de ataques.

O SITE sugeriu que o governo brasileiro não descarte nenhuma ameaça e estude a ação online do Estado Islâmico e outros grupos jihadistas voltada não apenas para o público que fala português.

"O terrorismo moderno é um novo fenômeno para o qual as mídias sociais desempenham um papel perigoso, com chamadas para ataques que alcançam usuários ao redor de todo o mundo", afirmou a análise.

"Os ataques terroristas nos últimos dois anos mostram que nenhum país do mundo está imune à ameaça do EI e de jihadistas radicais".

Na avaliação da consultoria, os recentes chamados para ataques nos Jogos Olímpicos não são surpreendentes. "Esse é um evento mundial e um alvo que é justificável tanto para EI quanto para outros jihadistas".

Na avaliação da consultoria, ataques recentes por lobos solitários mostraram que a estratégica dos terroristas tem sido bem-sucedida. Há três dias, um imigrante afegão feriu quatro pessoas a machadadas na Alemanha, em um ataque que parece ter sido inspirado no EI.

Na semana passada, um tunisiano matou 84 pessoas em Nice, na França, usando um caminhão como arma. Um mês antes, um filho de afegãos nascido nos Estados Unidos assassinou 49 pessoas a tiros em uma casa noturna gay de Orlando.

"Isso só alimenta mais chamados por ataques e será preciso apenas um atacante disposto a agir no Brasil para desempenhar esse papel", observaram os analistas do SITE.

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristascidades-brasileirasEstado IslâmicoMetrópoles globaisOlimpíada 2016OlimpíadasRio de JaneiroTerrorismo

Mais de Brasil

Emmanuel Macron é visto caminhando por Copacabana após chegar ao RJ para o G20

Congresso deve finalizar até esta terça votação de projeto que muda regras de emendas parlamentares

Secretário-geral da ONU pede "espírito de consenso" para G20 avançar