Eduardo Cunha vira réu por esquema de propinas em combustíveis
Ex-presidente da Câmara e outras seis pessoas foram acusadas de participação em um suposto esquema de propinas para baixar impostos em combustíveis da aviação
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de abril de 2021 às 16h35.
Última atualização em 27 de abril de 2021 às 20h40.
A Justiça de Brasília aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Distrito Federal contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha , o ex-vice-governador do DF, Tadeu Filippelli, e outras cinco pessoas acusadas de participação em um suposto esquema de propinas para baixar impostos em combustíveis da aviação. Com a decisão, o grupo virou réu em um processo por corrupção e lavagem de dinheiro.
"Os elementos indiciários autorizam a abertura da ação penal em relação aos crimes imputados aos denunciados acima referidos, eis que há elementos de informação sobre as materialidades delitivas e indícios de autorias”, escreveu o juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal de Brasília.
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Viraram réus:
- Eduardo Cunha - denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- Tadeu Filippelli, apontado como intermediário entre as empresas aéreas e o governo do DF - denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- Lúcio Funaro, apontado como operador dos pagamentos - denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- Afrânio Roberto de Souza Filho, apontado como operador dos pagamentos - denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- Henrique Constantino, cofundador da Gol Linhas Aéreas - denunciado por corrupção ativa;
- Altair Alves Pinto, apontado como operador dos pagamentos - denunciado por lavagem de dinheiro;
- Sidney Roberto Szabo, apontado como operador dos pagamentos - denunciado por lavagem de dinheiro.
A denúncia em questão foi apresentada na esteira da Operação Antonov, aberta em fevereiro a partir da delação premiada de Lúcio Funaro ao Ministério Público Federal. Na ocasião, a Polícia Federal fez buscas em endereços ligados aos investigados que também tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados por determinação da Justiça.
A partir dos elementos reunidos, os promotores concluíram que, entre 2012 e 2014, as companhias Latam e Gol fizeram pagamentos milionários para alterar uma lei distrital e reduzir a alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ( ICMS ) do querosene da aviação de 25% para 12%. O dinheiro teria sido repassado através de contratos falsos de prestação de serviços firmados com empresas controladas por operadores dos políticos.
Cofundador da Gol Linhas Aéreas, o empresário Henrique Constantino se apresentou como colaborador no caso e admitiu as propinas. A companhia também teria feito pagamentos em troca da liberação de empréstimo na Caixa Econômica e da desoneração da folha de pagamento dos empregados do setor aéreo e rodoviário.
COM A PALAVRA, A DEFESA DE EDUARDO CUNHA
A reportagem entrou em contato com os advogados do ex-presidente da Câmara e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.
COM A PALAVRA, A DEFESA DE TADEU FILIPELLI
"A defesa vai ter a oportunidade de contraditar e, assim, comprovar a inocência do vice-governador.”