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Eduardo Cunha diz que PT atrapalha o governo

Presidente da Câmara criticou o partido durante entrevista e declarou que PT "não tem boa vontade"


	"É irreversível, terminou o ciclo de PT e PMDB caminharem juntos", declarou Eduardo Cunha
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

"É irreversível, terminou o ciclo de PT e PMDB caminharem juntos", declarou Eduardo Cunha (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2015 às 21h00.

São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira, 13, que o Partido dos Trabalhadores (PT) atrapalha o governo de sua correligionária, a presidente Dilma Rousseff.

Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Rádio Jovem Pan, Cunha destacou que é preciso Dilma "passar pelo caminho do PT" e governar para todos os partidos. "Dilma tem que entender que não foi eleita só pelo PT", emendou.

O presidente da Câmara disse que o PT não tem boa vontade, faz o governo mergulhar em suas próprias crises e sabotou a atuação do vice-presidente da República, Michel Temer, na articulação política do governo.

"Vivemos uma crise econômica, mas a maior é a política, que acaba dando maior relevo à econômica. Temos crise de confiança, de expectativa. As pessoas estão frustradas e isso tem impacto na economia, cuja crise não se conseguiu debelar, atenuou com Michel Temer na articulação política, mas não foi suficiente para resolver a estabilidade."

Ao falar de Temer na articulação política, Cunha disse que, antes de o vice-presidente assumir a função, havia era uma "brincadeira de fazer articulação", numa referência à atuação de Pepe Vargas.

E disse que, se estivesse no lugar de Temer, não ficaria na função após a votação do pacote fiscal. "Não sei se ele vai ou não continuar (na função), ele tem que cumprir a sua missão. No lugar dele eu não continuaria na articulação política, concluiria a votação do pacote fiscal e sairia."

Na entrevista, Cunha disse que não se pode vulgarizar o processo de impedimento de um presidente da República, reiterando que apesar de perder sua popularidade e gerar insatisfação até em quem votou nela, em razão do não cumprimento das promessas e da adoção de medidas que garantiu em campanha que não iria tomar, a situação de Dilma Rousseff é bem diferente da vivida por Collor de Mello, por ocasião de seu impeachment.

"Naquela ocasião, havia a responsabilização pessoal do presidente da República."

Para o presidente da Câmara, se o País estivesse sob um regime parlamentarista, a atual crise estaria resolvida.

"Vivemos uma crise típica do presidencialismo", disse, destacando que defende o parlamentarismo no modelo francês e português, que elege o presidente como chefe de Estado, mas o primeiro-ministro é o responsável pelo governo.

"Acho que uma emenda sobre esse sistema de governo pode passar para 2019", previu.

Na entrevista ao programa, Cunha voltou a dizer que seu partido caminha para ter candidato próprio à Presidência da República nas eleições de 2018.

"É irreversível, terminou o ciclo de PT e PMDB caminharem juntos, o PMDB ajuda a manter a governabilidade (do atual governo), pois não pode largá-lo no meio do processo, mas a agenda do PT não tem nada a ver com a do PMDB, temos de buscar nosso próprio caminho."

Indagado sobre a comparação que fazem dele com o personagem principal do seriado House Of Cards, Frank Underwood, Cunha reagiu com bom humor, mas descartou qualquer semelhança, dizendo que não se sente representado por ele.  Disse que ele é mau caráter, homossexual e mata jornalistas.

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