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Economistas recomendam elevar idade de aposentadoria no Brasil

Medidas ajudariam a garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário e enfrentar mudanças demográficas que incluem o envelhecimento da população

Para a aposentadoria integral, o prazo de contribuição é de 35 anos para os homens e de 30 para as mulheres (Stock.XCHNG/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2011 às 18h45.

Rio de Janeiro - Importantes economistas brasileiros recomendaram nesta quarta-feira, durante um seminário realizado no Rio de Janeiro, que a idade de aposentadoria no país seja elevada para garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário e enfrentar mudanças demográficas que incluem o envelhecimento da população.

"Sou um viciado em trabalho. Para mim, a ideia de aumentar a idade mínima de aposentadoria é bem-vinda, mas devemos abrir um debate porque acho que essa não é a opinião da sociedade", disse o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, no encontro "Mudança Demográfica e Crescimento Econômico no Brasil".

Atualmente, os trabalhadores brasileiros têm direito a requerer aposentadoria proporcional a partir dos 53 anos, se tiverem contribuído para a Previdência Social por, no mínimo, 30 anos, no caso dos homens, e a partir dos 48 com 25 anos de contribuição para as mulheres.

Para a aposentadoria integral, o prazo de contribuição é de 35 anos para os homens e de 30 para as mulheres, embora neste caso não exista uma idade mínima necessária.

O presidente do BNDES, no entanto, não precisou qual seria a idade ideal para se aposentar, ao manifestar que não tem "um número mágico", e insistiu na abertura de um debate para discutir essa possibilidade.

O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Paulo Tafner, concordou com Coutinho ao defender um atraso na idade de aposentadoria, que em sua opinião deveria se estabelecer nos 65 anos para os homens e em 63 para as mulheres.

O secretário-executivo do ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, também presente no seminário, defendeu estabelecer "um limite mínimo na idade de aposentadoria", mas também se mostrou partidário de um debate antes da aplicação da medida.

"O Brasil precisa de uma mudança cultural. A natureza do ser humano é trabalhar, mas tem gente que quer ficar o dia todo na praia", apontou Gabas antes de criticar o fato de algumas pessoas receberem aposentadoria durante mais tempo do que contribuem.

O ministro, por outro lado, não quis "criminalizar" as verbas econômicas destinadas às despesas sociais, já que este é um mecanismo para "combater a pobreza".

O observador do Banco Mundial, Michele Gragnolati, compartilhou a ideia de elevar a idade de aposentadoria no Brasil ao argumentar que a expectativa de vida no país aumentou ao mesmo tempo em que a taxa de natalidade diminuiu.

"Esta medida é muito importante para o futuro da previdência. O Brasil está preparado para enfrentar este desafio porque tem condições econômicas não melhoráveis", disse Gragnolati no seminário.

Também alertou que o Brasil vive atualmente uma "profunda transformação socioeconômica" devido ao rápido envelhecimento de sua população.

Outro participante da reunião, o observador do Banco Mundial Tito Cordella, advertiu que as políticas migratórias "fechadas" do Governo brasileiro impedem que o Brasil rejuvenesça sua população com a chegada de imigrantes.

"As taxas de natalidade e mortalidade caíram. Por isso é necessário abrir um debate complexo do qual também devem participar especialistas demográficos", sustentou Cordella.

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Rio de Janeiro - Importantes economistas brasileiros recomendaram nesta quarta-feira, durante um seminário realizado no Rio de Janeiro, que a idade de aposentadoria no país seja elevada para garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário e enfrentar mudanças demográficas que incluem o envelhecimento da população.

"Sou um viciado em trabalho. Para mim, a ideia de aumentar a idade mínima de aposentadoria é bem-vinda, mas devemos abrir um debate porque acho que essa não é a opinião da sociedade", disse o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, no encontro "Mudança Demográfica e Crescimento Econômico no Brasil".

Atualmente, os trabalhadores brasileiros têm direito a requerer aposentadoria proporcional a partir dos 53 anos, se tiverem contribuído para a Previdência Social por, no mínimo, 30 anos, no caso dos homens, e a partir dos 48 com 25 anos de contribuição para as mulheres.

Para a aposentadoria integral, o prazo de contribuição é de 35 anos para os homens e de 30 para as mulheres, embora neste caso não exista uma idade mínima necessária.

O presidente do BNDES, no entanto, não precisou qual seria a idade ideal para se aposentar, ao manifestar que não tem "um número mágico", e insistiu na abertura de um debate para discutir essa possibilidade.

O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Paulo Tafner, concordou com Coutinho ao defender um atraso na idade de aposentadoria, que em sua opinião deveria se estabelecer nos 65 anos para os homens e em 63 para as mulheres.

O secretário-executivo do ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, também presente no seminário, defendeu estabelecer "um limite mínimo na idade de aposentadoria", mas também se mostrou partidário de um debate antes da aplicação da medida.

"O Brasil precisa de uma mudança cultural. A natureza do ser humano é trabalhar, mas tem gente que quer ficar o dia todo na praia", apontou Gabas antes de criticar o fato de algumas pessoas receberem aposentadoria durante mais tempo do que contribuem.

O ministro, por outro lado, não quis "criminalizar" as verbas econômicas destinadas às despesas sociais, já que este é um mecanismo para "combater a pobreza".

O observador do Banco Mundial, Michele Gragnolati, compartilhou a ideia de elevar a idade de aposentadoria no Brasil ao argumentar que a expectativa de vida no país aumentou ao mesmo tempo em que a taxa de natalidade diminuiu.

"Esta medida é muito importante para o futuro da previdência. O Brasil está preparado para enfrentar este desafio porque tem condições econômicas não melhoráveis", disse Gragnolati no seminário.

Também alertou que o Brasil vive atualmente uma "profunda transformação socioeconômica" devido ao rápido envelhecimento de sua população.

Outro participante da reunião, o observador do Banco Mundial Tito Cordella, advertiu que as políticas migratórias "fechadas" do Governo brasileiro impedem que o Brasil rejuvenesça sua população com a chegada de imigrantes.

"As taxas de natalidade e mortalidade caíram. Por isso é necessário abrir um debate complexo do qual também devem participar especialistas demográficos", sustentou Cordella.

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