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Economistas pedem a Tasso que PSDB entregue ministérios

O grupo de economistas afirma que considerou a possibilidade de se desfiliar do PSDB, mas que decidiram, em vez disso, enviar a carta a Tasso

PSDB: a carta dos economistas vem em um momento em que o PSDB parece dividido sobre a permanência ou não na administração Temer (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 16h14.

São Paulo  - Quatro economistas com ligação histórica ao PSDB enviaram uma carta ao presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), pedindo que a sigla entregue os ministérios que ocupa no governo do presidente Michel Temer , renove sua direção e seja refundado "programática e eticamente".

Na carta assinada por Elena Landau, Gustavo Franco, Edmar Bacha e Luiz Roberto Cunha, o grupo afirma que considerou a possibilidade de se desfiliar do PSDB, mas que decidiram, em vez disso, enviar a carta a Tasso dado o que chamaram de "sábia decisão" do senador de convocar para agosto uma convenção do partido.

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"Não vemos no horizonte político brasileiro outro partido com igual força para se contrapor ao enorme risco que, mantido o atual governo, o país enfrentará nas eleições presidenciais de 2018. Trata-se da possibilidade da eleição de um radical populista, de esquerda ou de direita, que arruinaria com as perspectivas econômicas e talvez mesmo com a democracia no país", afirma a carta publicada nas redes sociais.

A carta dos economistas vem em um momento em que o PSDB, que ocupa quatro ministérios no governo federal, parece dividido sobre a permanência ou não na administração Temer, atingido por denúncias de corrupção no âmbito da delação de executivos da J&F, holding que controla a JBS.

Vem também em meio às acusações contra o presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), acusado de ter pedido e recebido 2 milhões de reais do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS.

Aécio teve a prisão pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e chegou a ser afastado de seu mandato parlamentar.

"Infelizmente, incapaz até agora de se dissociar de um governo manchado pela corrupção institucionalizada que herdou do PT, o PSDB tem optado por deixar vazio o centro político ético de que o país tanto precisa. Como afiliados com alguma responsabilidade pelas opções técnicas do partido, esperamos com esta carta poder influir para mudar essa orientação."

Embora defendam o rompimento com o governo Temer, os economistas pedem que o PSDB mantenha o apoio à atual equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e vote pela aprovação de reformas no Congresso Nacional.

Franco foi presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso, Bacha foi um dos elaboradores do Plano Real e presidiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na gestão FHC e Landau chefiou o programa de desestatização do governo tucano.

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