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Economista considera insuficientes medidas para conter valorização do real

Medidas deveriam ser mais fortes para conter a entrada de capital especulativo, diz professora da Uerj

Guido Mantega durante anúncio de novas medidas para conter alta do real nesta quarta (Agencia Brasil)

Guido Mantega durante anúncio de novas medidas para conter alta do real nesta quarta (Agencia Brasil)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2011 às 22h04.

Rio de Janeiro - A economista Maria Beatriz David, do Departamento de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), considerou muito pouco “para o tamanho do problema que existe no Brasil” a medida anunciada hoje (6) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tentar conter a apreciação do real. Ela se referia à decisão de ampliar a taxação de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para captações externas com prazo de até 720 dias. Antes, a alíquota valia somente para empréstimos de até um ano.

“Com a nossa taxa de juros, ainda é muito atraente a entrada de capital, não só para o financiamento das empresas brasileiras como de multinacionais que têm filial no país”, disse a economista. Segundo ela, as empresas tomam empréstimos no exterior e investem no Brasil em títulos do governo ou na Bolsa de Valores “e ainda podem especular sobre a variação cambial”.

Ela reiterou que as medidas deveriam ser mais fortes para conter a entrada de capital especulativo. “Com a taxa de juros que temos, a alíquota não é suficiente. Ela teria de ser muito maior. Mas, isso implicaria taxação de outros tipos de investimentos que talvez não fossem especulativos”.

Maria Beatriz sugeriu que se crie a quarentena, estipulando um prazo limite entre entrada e saída de recursos, para que possa ocorrer a retirada de ganhos de rentabilidade. “Porque o grande problema é a remuneração do capital que a gente tem aqui. É a nossa taxa de juros. É isso que está levando ao desequilíbrio.”

A economista que quando se comparam as taxas de juros internacionais com a brasileira se constata que “6% ainda são convidativos”. Ela considerou que as medidas anunciadas pelo ministro Mantega são “tentativas muito pálidas” para o tamanho do problema, que está ligado ao estímulo à entrada de capital especulativo.

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