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Eclipse solar: em SP, com tempo nublado, público vê fenômeno pela internet

Acontecimento foi visto de forma mais completa no nor

Eclipse solar registrado pelo usuário @marcomaiabh no X (X/Reprodução)

Eclipse solar registrado pelo usuário @marcomaiabh no X (X/Reprodução)

Publicado em 14 de outubro de 2023 às 19h17.

Última atualização em 14 de outubro de 2023 às 19h17.

O céu nublado, o frio de menos de 20ºC e a garoa que caía desde o início do dia frustraram os planos dos paulistanos de verem mesmo parcialmente o eclipse solar deste sábado, 14. Isso não significa que eles não tenham tentado aproveitar o fenômeno de outras formas. Na zona leste, o Parque do Carmo improvisou uma transmissão ao vivo no planetário que lotou a sala de exibição.

"A ideia era fazer lá fora, com um telescópio de filtro potente que protege de 99% da luz solar e sunspotters, que iríamos usar para projetar no pátio", explica a astrônoma e diretora do planetário Dinah Moreira Allen, de 55 anos. "Mas o eclipse superou o frio. Vai ser como uma sessão de filme."

O evento estava marcado para começar às 15h, mas antes disso o público já aguardava ansioso no interior do planetário, onde assistiram a uma apresentação geral sobre as galáxias e o Universo antes do eclipse. Crianças, casais, famílias e amigos se amontoaram até em pufes espalhados pelo chão para acompanhar a sessão.

"O céu nublado desanima um pouco. Seria melhor se pudéssemos ver o eclipse daqui mesmo, mas vai ser legal mesmo assim", disse Luciana Esteves, de 46 anos. Ao lado do marido, Renato Esteves, de 43, eles levaram os filhos Bianca e Yuri, de 10 e 19 anos, para acompanharem o momento. "Viemos mais por causa dela", afirmou, apontando para a caçula.

As amigas Karina Gonçalves e Verônica Malagutti, de 33 e 25 anos se planejaram para acompanhar o eclipse desde o início da semana. "É a primeira vez que vejo um eclipse, então as expectativas estão altas", disse Verônica. Nem o tempo fechado foi capaz de diminuir a empolgação da dupla: "É o que tem pra hoje. Até viemos pensando nisso, que seria uma pena, mas ainda assim vale a experiência."

Por volta das 15h45, as luzes do planetário se acenderam para dar início à transmissão do eclipse. Se o de São Paulo estava invisível por trás das nuvens, o livestream projetado no teto passava o fenômeno visto de João Pessoa, na Paraíba, um dos pontos de maior clareza para observação em todo o Brasil.

"Eu estou um pouco frustrado porque passei 24 anos da minha vida morando no Amazonas, onde o eclipse era sempre parcial. Agora, quando conseguiria ver de lá pela primeira vez, estou morando em São Paulo, onde não dá para ver nada", brincou o professor de física Luís Gouvea, de 25 anos.

Ao lado da zootecnista Bruna Nagai, de 29 anos, ele foi surpreendido pela iniciativa do planetário de driblar o tempo fechado e ainda assim exibir o eclipse, mesmo que pelas imagens de outra capital. "A gente veio sem expectativas, porque queríamos apenas conhecer o espaço. Então achei bacana a transmissão, porque não daria para ver de outra forma por causa do céu", disse ela.

No fim das contas, até mesmo o livestream proporcionou um momento marcante para Gabriel Quintino e Eduarda Marques, de 22 e 19 anos respectivamente. "Estou achando muito bom por poder assistir de um telão e de estar acompanhada. O tempo deu até uma desanimada, mas acontece, né, é São Paulo."

Quando será o próximo eclipse?

O acontecimento deste sábado serve de aperitivo para um eclipse total que vai acontecer em abril de 2024.

Ambos os eclipses serão "absolutamente impressionantes para a ciência", disse Madhulika Guhathakurta, cientista do programa de heliofísica da Nasa.

Os eclipses solares têm efeito notório na atmosfera superior, assim como na ionosfera, que está cheia de partículas carregadas e é responsável por refletir e refratar as ondas radiais.

"Apesar de os efeitos atmosféricos dos eclipses solares terem sido estudados por mais de 50 anos, ainda há muitas perguntas sem resposta", comentou Guhathakurta.

Para estudar esses efeitos, a Nasa vai lançar três foguetes do Campo de Mísseis de Arenas Blancas, no Novo México, para coletar informação dos campos elétrico e magnético, a densidade de elétrons e a temperatura.

Um eclipse total foi registrado em 2017 nos Estados Unidos. Depois do eclipse total de abril do ano que vem, o próximo ocorrerá apenas em 2044, enquanto um novo eclipse anular está previsto para 2046.

Outro eclipse total também será visível da Espanha, em agosto de 2026.

O Sol é cerca de 400 vezes maior do que a Lua, mas também está a uma distância 400 vezes maior do nosso planeta. Por isso, os dois astros parecem ter um tamanho similar quando observados da Terra.

Com AE e AFP.

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