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É preciso ajuste fiscal de 4 anos para segurar inflação, diz Corecon-SP

Professor Heron do Carmo acredita que os preços só vão convergir para o centro da meta em 2012

Heron: "Política econômica ficou mais folgada em 2010, tanto a fiscal quanto a monetária" (Divulgação/Corecon-SP)
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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 13h53.

São Paulo – A presidente Dilma Rousseff precisa anunciar um programa de ajuste fiscal para os quatros anos de mandato se não quiser perder o controle da inflação.

A avaliação é do presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP) e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Heron do Carmo, que participou nesta terça-feira (8) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

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“O aspecto fundamental é que a inflação em janeiro desse ano superou a de janeiro de 2010, que também foi um ano muito afetado por problemas climáticos. (...) A política econômica ficou mais folgada no ano passado, tanto a fiscal quanto a monetária. Além disso, há o efeito da indexação, que cria uma resistência à queda da inflação e tende a fazer com que os choques de preços tenham uma persistência maior”, diz Heron do Carmo, que salienta que o câmbio valorizado compensou parte dessas pressões.

O presidente do Corecon-SP defende um ajuste fiscal que não fique restrito ao primeiro ano do governo Dilma. “O fundamental não é simplesmente apresentar algo concreto para este ano porque sempre um ano está condicionado ao ano anterior, ou seja, a margem para uma mudança muito brusca é menor no primeiro ano. O importante é um programa de ajuste fiscal para o período de governo. (...) Eu diria mais, se isso não for feito, a condução da política econômica a partir do segundo semestre será algo muito mais traumático porque se a inflação começar a aumentar, vão crescer as pressões para aumentar o grau de indexação da economia brasileira. (...) Então é fundamental fazer um ajuste fiscal neste momento e apontar para a continuidade nos próximos anos para permitir a redução da relação dívida/PIB, a queda dos juros, o aumento dos investimentos públicos, conciliando crescimento econômico com redução de inflação.”

Como os preços só devem convergir para o centro da meta em 2012, Heron do Carmo prevê que o Banco Central continuará subindo os juros para “evitar que esse repique de preços acabe tendo um impacto maior na inflação futura”.

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o professor da FEA-USP também avalia a importância de o governo reduzir a meta de inflação nos próximos anos.

Leia mais: Inflação oficial registra maior alta desde abril de 2005

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