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Doria quer distribuir remédio do SUS em farmácia particular

O modelo pretendido parece semelhante ao programa Farmácia Popular, do governo federal, criado em 2004

Remédios: a ideia é usar qualquer farmácia da cidade para este objetivo (AFP / Romeo Gacad)

Remédios: a ideia é usar qualquer farmácia da cidade para este objetivo (AFP / Romeo Gacad)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de janeiro de 2017 às 16h47.

Última atualização em 6 de janeiro de 2017 às 18h17.

São Paulo - O secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, pretende alterar a forma como a Prefeitura de São Paulo distribui medicamentos a pacientes de sua rede.

A ideia é usar qualquer farmácia da cidade para este objetivo. Hoje, remédios e outros produtos fornecidos pelo Município, como fraldas geriátricas, são retirados pessoalmente nas unidades de saúde e não são raras as reclamações relacionadas à ausência de parte dos produtos.

O formato do programa ainda não está fechado. Segundo Pollara, a pasta vai estudar se passará a fornecer uma espécie de 'vale medicamento' aos usuários ou então se precisará criar um site específico a ser acessado pela rede particular para checar e validar a receita apresentada pelo paciente em busca de medicação.

O modelo pretendido parece semelhante ao programa Farmácia Popular, do governo federal, criado em 2004.

"Não queremos mais entregar remédio na UBS (Unidade Básica de Saúde). Essa logística não dá certo, é muito difícil. Não vamos competir com a coisa mais permeada que tem, que é farmácia", disse o secretário ao Estado.

"Vamos começar a trabalhar nisso. Já mandei que o departamento de informática pesquise qual seria a melhor maneira para implementar esse modelo, qual o melhor mecanismo. O que eu quero é que o cara vá na farmácia ao lado da casa dele e retire o remédio."

A alteração, no entanto, deve ir contra a determinação do prefeito João Doria (PSDB) de cortar gastos.

"Esse modelo vai ser mais caro, acredito, mas muito mais eficiente. Hoje, o que existe não funciona. A reclamação é total e todo dia. Remédio é na farmácia, nosso negócio é oferecer tratamento, saúde", completou Pollara.

Ampliar a quantidade de medicamentos entregues via Correio é outra opção em estudo.

Ano passado, com a crise econômica, a demanda por esse serviço na rede municipal aumentou ao menos 30%. Entre janeiro e agosto, 5,4 milhões de paulistanos retiraram remédios nas UBSs e demais equipamentos municipais.

No mesmo período de 2015, haviam sido 4,1 milhões. Consequentemente, a média mensal de pessoas que retiram remédios e insumos passou de 520 mil para 676 mil.

A alta demanda - 330 mil pessoas deixaram de ter plano de saúde na cidade entre 2014 e 2016 -, agravou o quadro de falta de medicamentos básicos em algumas unidades, obrigou a secretaria a rever o planejamento de compras de cada uma das mais de 500 farmácias municipais e gerou até a abertura de uma inquérito do Ministério Público Estadual para investigar o caso.

Corujão

A gestão Doria publicou na edição desta sexta-feira, dia 6, o chamamento público para credenciamento de estabelecimentos privados interessados em participar, de forma complementar, do programa Corujão da Saúde, destinado a eliminar a fila por exames na cidade.

De acordo com a publicação, os selecionados Vão receber os valores pagos pela tabela SUS pelos procedimentos realizados.

O programa começa dia 10 em unidades já conveniadas com a Prefeitura, como os hospitais Oswaldo Cruz, HCor e Sírio Libanês, todos na região da Avenida Paulista.

O prefeito Doria é esperado nas três unidades para acompanhar parte dos procedimentos. De acordo com a equipe de Pollara, há 485 mil pedidos de exames de imagem, como ultrassons e tomografias, na fila, sem agendamento. Desse total, 296 mil participarão da primeira etapa do Corujão.

O foco é atender pacientes que estão, no máximo, seis meses aguardando por um chamado da Prefeitura. Os demais usuários serão convocados a passar por nova consulta, para reavaliação.

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