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Doria diz que vai manter aumento da tarifa e não teme protestos

Valor da tarifa do transporte público em São Paulo vai passar de R$ 3,80 para R$ 4,00 no próximo domingo, dia 7

O prefeito de São Paulo, João Doria (Adriano Machado/Reuters)

O prefeito de São Paulo, João Doria (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 10h35.

São Paulo - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira, 4, que vai manter o aumento no valor da tarifa do transporte público na cidade, que passam de R$ 3,80 para R$ 4,00 no próximo domingo, 7.

O Movimento Passe Livre (MPL) já tem protesto marcado para o dia 11, mas Doria descartou possibilidade de adesão como ocorreu em 2013. Naquele ano, o aumento também foi de R$ 0,20 e as manifestações contrárias à medida duraram 22 dias, levando ao recuo do então prefeito Fernando Haddad (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Em entrevista exclusiva à Rádio Eldorado, o prefeito reafirmou que a última alteração na tarifa havia ocorrido em janeiro de 2016 e disse acreditar que a população vai entender o aumento, minimizando a possibilidade de grandes protestos. "Não vejo perspectivas de profunda adesão (a protestos), sobretudo na população mais sensível e que compreende que esses 20 centavos, além de facilitarem o troco, representam 30% abaixo da inflação acumulada em dois anos". Se a correção fosse aplicada, o preço da passagem subiria para R$ 4,14. O subsídio dos ônibus pela Prefeitura é de R$ 2,1 bilhões.

Em 2017, o valor unitário das passagens ficou congelado em R$ 3,80. Segundo Doria, a economia do País passa por outra situação, com aumento da taxa de empregos, inflação sob controle e expectativa de crescimento em 2018.

"Não é nada a celebrar, mas a situação de declínio, de descontrole da economia que havia até o encerramento do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (agosto de 2016) já não se vê mais", afirmou. "Tem uma circunstância psicológica melhor no País". O prefeito disse ainda que nenhuma alteração em relação à gratuidade está prevista.

A definição da cobrança de R$ 4 a partir do dia 7, voltou a causar atritos entre equipes do governador Alckmin e do prefeito. Com o prefeito e o vice, Bruno Covas, também do PSDB, viajando de férias, coube a Alckmin, e apenas a ele, ser questionado, no dia 28 de dezembro, sobre o reajuste de 5,26% nas passagens para 2018.

A viagem de Doria e Covas ainda fez com que, na ausência dos dois, coubesse ao presidente da Câmara Municipal da capital, Milton Leite (DEM), prefeito em exercício, aprovar o envio do ofício que informa ao Legislativo os valores da nova planilha tarifária.

Para evitar tantas trocas de papéis, o Palácio dos Bandeirantes chegou a cogitar adiar o anúncio, mas o vazamento da informação fez com que a ideia fosse descartada. Com a notícia publicada, Alckmin teve de tratar do assunto com Milton Leite e ambos decidiram então soltar notas oficiais.

Questionado sobre a possibilidade de candidatar-se ao governo do Estado de São Paulo ou à Presidência, Doria disse que sua intenção é continuar como prefeito. Sobre a polêmica do viaduto que recebeu o nome da ex-primeira dama Marisa Letícia, reafirmou acreditar que ela "não fez por merecer" a homenagem. "Ela foi envolvida em processos criminais ao lado do marido. Não creio que uma pessoa com histórico dessa natureza deva merecer homenagem com seu nome em um viaduto", disse.

Fazendo um balanço de sua gestão, o prefeito avaliou positivamente o Corujão da Saúde, que segundo ele zerou a fila de 485 mil pessoas que aguardavam por exames de imagem em 83 dias.Doria falou ainda do Corujão da Cirurgia, que já realizou 20 mil operações até o momento em horários não convencionais. Nos dois programas, a Prefeitura mantém centros cirúrgicos de hospitais funcionando 24 horas por dia, todos os dias da semana.

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