Dilma e Jeferson Monteiro: ele escreveu que foi convidado a trabalhar na campanha de Aécio (Roberto Stuckert Filho/PR/Instagram)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2014 às 18h26.
São Paulo - Dono do perfil "Dilma Bolada" nas redes sociais, o estudante de publicidade Jeferson Monteiro escreveu ontem em sua conta particular do Facebook que foi convidado a trabalhar na campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB).
A página "fake" criada por Monteiro ficou famosa na internet pelas sátiras feitas da presidente Dilma Rousseff e pelas piadas com os pré-candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Com o título "Dilma Bolada: não está à venda!", Monteiro afirma que foi procurado há algumas semanas por uma agência de publicidade.
"A agência tinha um plano de venda de apoio político das suas páginas para as Eleições Presidenciais deste ano".
Ele afirmou ainda ter ficado surpreso com a proposta e que foi informado de que a agência já teria procurado as campanhas de Eduardo Campos e Dilma Rousseff para trabalhar, mas a de Aécio foi a que manifestou maior interesse em sua "transição".
"A tal agência, por sua vez, disse que eles queriam que eu assinasse um contrato de exclusividade para garantir uma amarra da Dilma Bolada a eles e que pudessem efetuar a transação com os tucanos. Eu, é claro, não assinei coisa alguma", segue Monteiro.
Ele afirmou ter demonstrado interesse na proposta apenas para ver até onde a agência iria.
Colaborador informal da campanha de Aécio, Pedro Guadalupe, que também já trabalhou na campanha do petista Patrus Ananias à Prefeitura de Belo Horizonte em 2012, afirmou que Jeferson pediu dinheiro à agência para participar da campanha de Aécio.
"O Jeferson pediu 500 mil (à agência) e eles vieram me oferecer. E eu não quis. A onda é exatamente essa. Eu não quis. E 24h horas antes do Jeferson publicar isso eu mandei isso para o próprio PT", afirma Guadalupe.
O programador garantiu ainda que a agência deve divulgar uma nota em breve confirmando a proposta de Monteiro.
Criticado no texto do estudante e acusado de criar robôs e até de ameaçar tomar a página "Dilma Bolada", Guadalupe trocou e-mails com o estudante de publicidade durante as negociações.
As mensagens não citam nenhum valor, mas indicam o interesse de Monteiro na negociação.
"Como você sabe, nem os amigos são muito bem tratados no PT; Imagine os inimigos, vc irá virar o numero 1?", diz Guadalupe ao estudante em troca de e-mails enviada ao Estado pelo consultor.
Monteiro confirmou o valor de R$ 500 mil tratados com a agência, mas negou que tenha pedido a cifra. Ele afirmou que "não pediu nada".
"Eles (a agência) deram esse valor. Eu disse ok e as negociações com o PSDB prosseguiram", afirmou o estudante. "Foram R$ 500 mil que a AMA disse que iria ser a minha".
O texto de Monteiro foi publicado por volta das 23 horas de ontem e já teve mais de 4 mil compartilhamentos e 8 mil curtidas.
O estudante confirmou à reportagem a informação publicada no Facebook, negou receber qualquer valor pela página Dilma Bolada e admitiu que aceitaria trabalhar para outros partidos, mas sem utilizar o perfil criado por ele.
Monteiro negou ter relações com o PT e disse que tem apenas simpatia em relação à presidente. "Gosto para caramba da Dilma".
O estudante afirmou que não quis vender o perfil Dilma Bolada devido ao seu capital político "enorme" e que não o venderia para ninguém.
"É um conteúdo extremamente meu, só eu sei fazer, eu sei o que vai dar certo e o que não vai. É ridículo alguém querer comprar a personagem, a minha personagem não tem preço".