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Dom Paulo é sepultado com aplausos em catedral da Sé

Dom Paulo, que durante toda a vida se destacou pela defesa dos direitos humanos, foi enterrado na cidade da qual foi arcebispo por quase 30 anos

Dom Paulo: após 44 horas de velório em que seu corpo foi visitado por milhares de fiéis, os restos mortais do cardeal foram conduzidos à cripta da própria Catedral da Sé (Rovena Rosa/Reuters)
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EFE

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 21h20.

Última atualização em 16 de dezembro de 2016 às 22h05.

São Paulo - O corpo do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, um dos maiores símbolos da luta contra a ditadura no Brasil e que morreu na quarta-feira aos 95 anos, foi sepultado nesta sexta-feira em meio a uma salva de palmas na Catedral da Sé, em São Paulo, que estava repleta de fiéis e admiradores.

Dom Paulo, que durante toda sua vida se destacou pela defesa enérgica dos direitos humanos e da democracia, foi enterrado na cidade da qual foi arcebispo por quase três décadas.

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Após 44 horas de velório em que seu corpo foi visitado por milhares de fiéis, os restos mortais do cardeal foram conduzidos à cripta da própria Catedral da Sé para uma cerimônia íntima em meio a uma grande ovação.

"Coragem", a ordem com a qual o cardeal costumava encorajar seus fiéis, e "Viva Dom Paulo" foram alguns dos gritos com que os fiéis se despediram do religioso.

As honras fúnebres foram conduzidas pelo atual arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, e contaram com a participação de vários cardeais, bispos e sacerdotes brasileiros, assim como de integrantes de comunidades católicas de base e das pastorais que cuidam da população mais pobre de São Paulo.

"Em tempos difíceis, de restrição das liberdades democráticas, de perseguição política e de graves violações à dignidade humana e aos direitos da pessoa, Dom Paulo se empenhou pessoalmente para mediar a solução de conflitos e dar amparo, coragem e confiança a muitas pessoas feridas no corpo e em sua dignidade porque lutavam por um Brasil livre e democrático", afirmou Scherer na homilia.

No começo da cerimônia, o cônego Antonio Aparecido Pereira lembrou que Dom Paulo abriu as portas da igreja não só aos perseguidos políticos, mas também às pessoas sem-teto, aos mais pobres e aos portadores de aids.

Entre as autoridades presentes na cerimônia estavam o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Dom Paulo, religioso da Ordem Franciscana, foi um dos símbolos mais representativos da luta contra a ditadura militar, pois de sua posição, de arcebispo de São Paulo, criticou com dureza as torturas, desaparecimentos e prisões arbitrárias que aconteceram na época.

Ao longo de sua extensa trajetória de 71 anos de sacerdócio e 50 de episcopado, Dom Paulo chegou a trabalhar também como jornalista e escreveu mais de 50 livros, uma vez que uma das paixões que manteve até o final da vida era manter-se constantemente informado.

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