Youssef: foi preso na Lava Jato em março de 2014 (Rodolfo Buhrer/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de agosto de 2017 às 08h53.
São Paulo - O doleiro mais famoso da Operação Lava Jato quer eternizar sua história. Alberto Youssef, que revelou, em delação premiada, detalhes do esquema de corrupção instalado na Petrobras, pediu ao juiz Sérgio Moro licença para ir a Londrina (PR), onde nasceu, buscar documentos que, segundo ele, vão ajudar a desenvolver sua biografia.
A defesa de Youssef relatou a Moro que o doleiro já fechou acordo com uma editora e um autor. Inicialmente, o pedido foi negado pelo magistrado.
Operador
Youssef foi preso na Lava Jato em março de 2014. A força-tarefa do Ministério Público Federal o acusou de ser o principal operador de propinas no esquema de corrupção na Petrobras. O doleiro passou 2 anos e 8 meses na prisão. Deixou o cárcere em novembro de 2016 e está morando em São Paulo, onde cumpre regime aberto.
Segundo a defesa de Youssef relatou ao magistrado, os contratos do futuro livro "preveem que o autor deverá entregar os originais da obra até 31 de dezembro de 2017", além de tornar disponíveis documentos e colaborar com o biógrafo na elaboração da obra.
Viagem
Youssef queria ficar em sua cidade natal entre o dia 2 deste mês e esta segunda-feira, 7. O doleiro pediu autorização a Moro em 28 de julho sob a alegação de "razões pessoais e familiares". O Ministério Público Federal foi favorável ao pedido, mas o juiz não autorizou.
Ao negar a solicitação de Youssef, na terça-feira, o magistrado afirmou que a defesa não havia apresentado "quaisquer esclarecimentos sobre a necessidade da viagem". No dia seguinte, a defesa pediu para o magistrado reconsiderar a decisão, explicando o motivo da viagem. O juiz, porém, ainda não decidiu sobre o novo pedido.