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Dodge denuncia Geddel e Lúcio por bunker dos R$ 51 milhões

Apesar de a peça não os acusar de corrupção, Dodge põe propinas, pagamentos do doleiro e desvios como possíveis origens para as caixas e malas de dinheiro

Bunker: a Operação Tesouro Perdido partiu de uma denúncia anônima por telefone no dia 14 de julho de 2017 (Polícia Federal/Divulgação)

Bunker: a Operação Tesouro Perdido partiu de uma denúncia anônima por telefone no dia 14 de julho de 2017 (Polícia Federal/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 21h28.

Última atualização em 4 de dezembro de 2017 às 22h47.

Brasília/São Paulo - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa pelo bunker dos R$ 51 milhões.

Apesar de a peça não acusar os peemedebistas de corrupção, a chefe do Ministério Público Federal põe propinas da Odebrecht, esquemas de devolução de salários dos servidores da Câmara, pagamentos do doleiro Lúcio Funaro e desvios relacionados ao "Quadrilhão do PMDB" na Câmara como possíveis origens para as caixas e malas de dinheiro encontradas pela Polícia Federal no apartamento em Salvador.

Também foram denunciados os homens de confiança dos peemedebistas, Gustavo Ferraz e Job Brandão, a mãe Marluce Vieira Lima, e o empreiteiro Luiz Fernando Machado, dono da Cosbat construtora.

Bunker

A Operação Tesouro Perdido partiu de uma denúncia anônima por telefone no dia 14 de julho de 2017.

O apartamento em Salvador aonde foram encontrados os R$ 51 milhões pertence ao empresário Silvio Antonio Cabral Silveira, que admitiu às autoridades que emprestou o imóvel ao irmão de Geddel, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB), a pretexto de guardar bens do pai do peemedebista, já falecido.

Na montanha de notas de R$ 100 e R$ 50 encontrada no apartamento, há marcas dos dedos do ex-ministro, de seu aliado Gustavo Pedreira Couto Ferraz, ex-diretor da Defesa Civil de Salvador, do assessor de Lúcio, Job Ribeiro Brandão, além de uma fatura com o pagamento da empregada do parlamentar.

No âmbito das investigações, Job resolveu colaborar com as investigações e tem feito tratativas para firmar delação premiada e seus depoimentos agravaram a situação dos peemedebistas perante a Justiça.

Ele disse que devolvia 80% de seu salário aos irmãos, além de contar e guardar dinheiro vivo em grandes quantidades para o ex-ministro e o deputado federal.

O homem de confiança dos peemedebistas foi preso no dia 16 de outubro, mesma data em que o gabinete de Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) foi alvo de busca e apreensão.

Defesas

A reportagem tentou contato com a defesa de Geddel e com a assessoria do deputado Lúcio Vieira Lima, mas ainda não obteve retorno.

Acompanhe tudo sobre:Geddel Vieira LimaRaquel DodgeSupremo Tribunal Federal (STF)

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