Doação de empresas a campanhas é inconstitucional, diz STF
O Supremo considerou inconstitucional as doações de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais, acolhendo ação da OAB
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2015 às 18h08.
Brasília - O Supremo Tribunal Federal ( STF ) decidiu hoje (17) proibir o financiamento privado de campanhas políticas. A Corte encerrou o julgamento, iniciado em 2013, de uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que questionou artigos da Lei dos Partidos Políticos e da Lei das Eleições.
Esses artigos autorizam as doações de empresas para partidos políticos e candidatos. Por oito votos a três, a maioria dos ministros entendeu que as doações desequilibram a disputa eleitoral.
Com a decisão do STF, as doações de empresas nas eleições passam a ser proibidas. No entanto, a polêmica sobre o assunto não está encerrada. Semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei para regulamentar as contribuições.
O texto aguarda decisão da presidente Dilma Rousseff sobre sanção ou veto. Se a presidente sancionar a lei, será preciso uma nova ação para questionar a validade das doações no Supremo, devido a posição contrária adotada pelo tribunal.
Para entrar em vigor nas eleições municipais do ano que vem, eventual sanção deve ser efetivada até 2 de outubro, um ano antes do primeiro turno do pleito.
Os três últimos votos sobre a questão foram proferidos na sessão desta qunta-feira. O decano da Corte, ministro Celso de Mello, afirmou que as empresas podem fazer doações e defender seus interesses no Legislativo.
No entanto, limites de contribuições são necessários para coibir abusos. “A Constituição não tolera a prática abusiva, o exercício abusivo do poder econômico.”
A ministra Carmen Lúcia votou contra a continuidade do financiamento privado de campanhas políticas.
Para a ministra, a influência das doações desiguala a disputa eleitoral entre os partidos e internamente, pois o candidato passa a representar os interesse das empresas e não do cidadão em sua função pública.
Para a ministra Rosa Weber, o poder econômico das doações de empresas desequilibra o jogo politico. “A influencia do poder econômico culmina por transformar o processo eleitoral em jogo político de cartas marcadas, que faz o eleitor um fantoche.”
A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, Luiz Fux, proferido no ano passado. Segundo o ministro, as únicas fontes legais de recursos dos partidos devem ser doações de pessoas físicas e repasses do Fundo Partidário, garantidos pela Constituição.
Pela regra atual, as empresas podem doar até 2% do faturamento bruto obtido no ano anterior ao da eleição. Para pessoas físicas, a doação é limitada a 10% do rendimento bruto do ano anterior.
O fim do financiamento privado recebeu votos do relator, ministro Luiz Fux, e dos ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Joaquim Barbosa (aposentado), Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e Carmen Lúcia.
Teori Zavascki, Gilmar Mendes e Celso de Mello votaram a favor das doações de empresas. Edson Fachin não votou, porque substituiu Barbosa.
Matéria atualizada às 17h48
Empresa | UTC Engenharia |
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% do lucro de 2013 que foi doada | 66,50% |
Doações | R$ 52,8 milhões |
Posição no ranking das empresas que mais doaram | 5º |
Lucro líquido em 2013 | R$ 79,4 milhões |
Partidos que mais receberam | PT, PSDB, DEM |
Empresa | Andrade Gutierrez |
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% do lucro de 2013 que foi doada | 63,90% |
Doações | R$ 82,9 milhões |
Posição no ranking das empresas que mais doaram | 2º |
Lucro líquido em 2013 | R$ 129,8 milhões |
Partidos que mais receberam | PT, PSDB, PMDB |
Empresa | Queiroz Galvão |
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% do lucro de 2013 que foi doada | 39% |
Doações | R$ 55,8 milhões |
Posição no ranking das empresas que mais doaram | 4º |
Lucro líquido em 2013 | R$ 142,9 milhões |
Partidos que mais receberam | PT, PMDB, PSDB |
Empresa | OAS |
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% do lucro de 2013 que foi doada | 19,20% |
Doações | R$ 68,7 milhões |
Posição no ranking das empresas que mais doaram | 3º |
Lucro líquido em 2013 | R$ 358,7 milhões |
Partidos que mais receberam | PT, PSDB, PMDB |
Empresa | Odebrecht |
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% do lucro de 2013 que foi doada | 3,40% |
Doações | R$ 48,4 milhões |
Posição no ranking das empresas que mais doaram | 7º |
Lucro líquido em 2013 | R$ 1.422,7 milhões |
Partidos que mais receberam | PMDB, PT, PSDB |
Empresa | Grupo Vale |
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% do lucro de 2013 que foi doada | 1,70% |
Doações | R$ 45,1 milhões |
Posição no ranking das empresas que mais doaram | 8º |
Lucro líquido em 2013 | Prejuízo de R$ 2.583,7 milhões |
Partidos que mais receberam | PT, PMDB, PSDB |
Empresa | BTG Pactual |
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% do lucro de 2013 que foi doada | 1,30% |
Doações | R$ 31,9 milhões |
Posição no ranking das empresas que mais doaram | 10º |
Lucro líquido em 2013 | R$ 2.483,4 milhões |
Partidos que mais receberam | PSDB, PT, PMDB |
Empresa | Ambev |
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% do lucro de 2013 que foi doada | 0,40% |
Doações | R$ 40 milhões |
Posição no ranking das empresas que mais doaram | 9º |
Lucro líquido em 2013 | R$ 11.350,0 milhões |
Partidos que mais receberam | PT, PSDB, PMDB |
Empresa | Grupo Bradesco |
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% do lucro de 2013 que foi doada | 0,30% |
Doações | R$ 49,6 milhões |
Posição no ranking das empresas que mais doaram | 6º |
Lucro líquido em 2013 | R$ 15.710,2 milhões |
Partidos que mais receberam | PSDB, PMDB, PT |