Disputa entre Marina e Dilma ajuda Aécio, diz analista
Segundo Ibope, tucano subiu quatro pontos nas intenções de voto do primeiro turno
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2014 às 21h27.
São Paulo - O acirramento da disputa entre Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) acabou favorecendo Aécio Neves (PSDB), que subiu quatro pontos nas intenções de voto do primeiro turno, enquanto as duas candidatas perderam um e três pontos, respectivamente, segundo pesquisa Ibope/Estadão/Rede Globo divulgada na noite desta terça-feira, 16.
A avaliação é do analista político da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Cortez. Essa recuperação do candidato tucano, no entanto, não deve alterar a tendência de continuidade da polarização entre a petista e a pessebista.
De acordo com ele, a polarização entre Dilma e Marina, que passaram a trocar ataques desde a semana passada, fez com que as duas passassem por um "processo de forte desconstrução" de imagem.
"Dilma aumentou o tom em relação a Marina e a resposta da ex-senadora foi polarizar com o governo, sinalizando o que poderia ser sua eventual administração", comentou.
Cortez avalia que as denúncias feitas em acordo de delação premiada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, supostamente envolvendo petistas e pessebistas, pode ter contribuído para a queda das candidatas.
"Embora não ache que seja fator predominante", ressalva.
O analista afirma que a recuperação de Aécio também é "natural", em razão do potencial de votos do PSDB.
Segundo ele, a recuperação pode estar relacionada ainda à intensificação da agenda de campanha do tucano em Minas Gerais, seu berço político, onde até então estava tendo um desempenho abaixo do potencial.
Cortez acredita que o candidato poderá crescer nas próximas pesquisas, mas nada que vá alterar a tendência de concentração das atenções em Dilma e Marina.
De acordo com o Ibope, a petista oscilou dois pontos par abaixo num eventual segundo turno contra a ex-ministra, que se manteve estável, com 43% das intenções de voto.
"A competição entre as duas deve ser bastante acirrada. A expectativa é de que as pesquisas mostrem alguma volatilidade entre as duas, mas nada que mostre tendência a favor de ninguém", avalia.
O analista prevê, contudo, que a baixa rejeição apresentada por Marina faz com que ela tenha, "potencialmente", maior condição de atrair, num segundo turno, o eleitorado que não escolheu nenhuma das duas candidatas no primeiro turno.