Roberto Amaral e Marina Silva: até agora, nenhuma chapa se inscreveu para disputar contra ele (Valter Campanato/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2014 às 16h51.
Brasília - A escolha da nova Comissão Executiva do PSB em meio a um processo eleitoral tende a manter o atual presidente interino, Roberto Amaral, na liderança da sigla.
Dirigentes revelaram que foram surpreendidos pela convocação da reunião e dizem que não há tempo hábil para articular chapas concorrentes.
Amaral tinha até dezembro (término do mandato da atual Executiva) para convocar a reunião que definirá os 35 membros da cúpula do PSB, mas decidiu antecipar a escolha da nova liderança.
Em julho, a legenda se reuniu em Brasília e elegeu os novos 101 membros e 9 suplentes do Diretório Nacional, responsável pela escolha do novo presidente.
O partido estava desde 2005 sob o comando do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, eleito por aclamação logo após a morte de seu avô, o ex-governador pernambucano Miguel Arraes.
"Levei um susto quando recebi a convocação. Não sei se dá tempo de alguém se mobilizar, articular isso", disse um dirigente.
O pessebista acha prudente que a escolha seja feita antes do resultado das urnas, para evitar que a eleição interfira no controle interno do partido.
Ele, no entanto, acredita que nenhum dirigente da sigla conseguirá trabalhar nos bastidores para viabilizar uma chapa concorrente a de Amaral, já que todos estão envolvidos com suas campanhas estaduais e a nacional.
Duas teses para a antecipação da escolha circulam no PSB: a de que é preciso evitar o crescimento de uma potencial interferência da candidata do partido à Presidência da República, Marina Silva, e de que o grupo pernambucano reivindique a direção do partido.
Hoje, um dos principais nomes do Estado seria a do prefeito de Recife, Geraldo Júlio, afilhado político de Campos e próximo da família do presidenciável morto em 13 de agosto.
"Não dá para ter disputa nesta hora", comentou um dirigente.
O secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, revelou que também não foi consultado sobre a reunião, mas lembra que a presidência pode fazer a convocatória no momento em que achar conveniente.
"Não vou questionar a convocação", disse.
Siqueira considera "mínima" as chances dos aliados de Marina interferirem na organização do partido e de haver um racha interno.
No entanto, o dirigente afirma que está trabalhando para buscar a unidade da sigla até o dia 29 de setembro, dia da reunião em São Paulo.
Até agora, nenhuma chapa se inscreveu para disputar contra Amaral.
"Minha preocupação é em unir as pessoas nesta fase de transição", declarou.