Brasil

Direção do PT quer convocaçãode Campos Neto para explicar juros ao Congresso

Reunião do diretório nacional do partido ainda quer revisão da venda de Eletrobras e da política de paridade de preço da Petrobras

PT: Gleisi ainda argumentou que mesmo com a autonomia do Banco Central e com o mandato de Campos Neto, que vai até 2024, “ninguém é imexível” (JEFFERSON BERNARDES/Getty Images)

PT: Gleisi ainda argumentou que mesmo com a autonomia do Banco Central e com o mandato de Campos Neto, que vai até 2024, “ninguém é imexível” (JEFFERSON BERNARDES/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 14 de fevereiro de 2023 às 07h03.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2023 às 07h11.

O diretório nacional do PT aprovou uma resolução em que orienta as suas bancadas a convocarem o presidente do Banco Central, Roberto Campos Netos, para dar explicações ao Congresso Nacional sobre a taxa de juros no Brasil. A sigla também defende a revisão da meta de inflação. O tema foi debatido em reunião nesta segunda-feira.

"Achamos exagerados os juros que temos. Achamos importante rediscutir a meta da inflação. Tiramos um posicionamento do PT de convocar o presidente do Banco Central para fazer explicações ao Congresso Nacional. Afinal, ele está indo no Roda Viva, vai em outras TVs. É importante também que ele vá ao Congresso Nacional, que é a casa representativa do povo brasileiro. Essa é a nossa posição hoje", explicou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann ao deixar o encontro realizado nesta segunda-feira.

Gleisi ainda argumentou que mesmo com a autonomia do Banco Central e com o mandato de Campos Neto, que vai até 2024, “ninguém é imexível”, e que o PT quer ouvir explicações sobre os juros altos:

"Queremos que o Banco Central possa explicar o que está acontecendo, tentar justificar, o que eu acho que é injustificável, e com certeza ter sensibilidade para mudar a sua posição. Nós queremos ter crescimento e emprego no Brasil, não recessão."

Há dúvidas técnicas se Campos Neto pode ser convocado (quando é obrigado a ir ao Congresso) ou apenas convidado para comparecer ao Congresso. Petistas dizem que, independentemente do instrumento, o importante é que o presidente do BC seja ouvido pelos parlamentares.

Além dos juros, os petistas discutiram outros temas, como crescimento, mudanças no Imposto de Renda e geração de emprego, além da revisão das metas de inflação, que serão discutidas em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quinta-feira. O governo discute a revisão da meta de inflação deste ano, de 3,25%, e dos próximos dois anos, de 3%.

"Não chegamos a discutir (a meta de inflação), mas estamos pedindo a revisão. É um absurdo ter meta de inflação de 3,25% e 3% (para 2023 e 2024, respectivamente). A maioria dos países está com a inflação acima da inflação brasileira e tem juros negativos. Por que o Brasil está na contramão?", disse.

Outros pontos considerados cruciais e que foram debatidos no encontro dizem respeito à Eletrobras e preço de combustíveis. Gleisi afirmou que a "retomada" da Eletrobras, privatizada no ano passado, é importante para o Estado brasileiro porque a empresa é considerada um instrumento de desenvolvimento. Ela não detalhou o que constará na resolução, além da retomada do comando para o Estado.

Os petistas também pedirão a revisão da política de paridade de preços da Petrobras, que mantém um alinhamento dos preços no mercado doméstico ao valor do petróleo no mercado externo.

Acompanhe tudo sobre:InflaçãoJurosPT – Partido dos TrabalhadoresRoberto Campos NetoSelic

Mais de Brasil

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central

Prefeito de BH, Fuad Noman vai para a UTI após apresentar sangramento intestinal secundário

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp