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Dirceu volta a criticar a imprensa em ato pró-PT

O ex-ministro afirmou que um acordo das oposições com a mídia conservadora tem como meta derrotar o projeto do PT


	José Dirceu: "Dizem que nunca houve corrupção como agora, mas eu digo que nunca se combateu a corrupção como agora"
 (José Cruz/Agência Brasil)

José Dirceu: "Dizem que nunca houve corrupção como agora, mas eu digo que nunca se combateu a corrupção como agora" (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 22h19.

Brasília - O ex-ministro José Dirceu afirmou nesta terça-feira em Brasília, durante "ato em defesa do PT", que houve manipulação política do julgamento do mensalão com o objetivo de desconstruir o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de derrotar a presidente Dilma Rousseff em 2014.

Segundo ele, hoje há um acordo das oposições com a mídia conservadora para derrotar o projeto do PT. Dirceu foi condenado a dez anos e dez meses pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e formação de quadrilha.

"Os petistas não podem permitir que sua palavra seja cerceada por aqueles que detêm o monopólio dos meios de comunicação e muito menos por aqueles que usurpam o direito de falar em nome do povo e da Nação brasileira. Quem fala em nome na Nação e do povo brasileiro é o Congresso Nacional e a presidente da República, que foram eleitos pela soberania popular", afirmou ele para mais de 500 pessoas no ato realizado no auditório da Câmara Distrital, a cerca de três quilômetros do Congresso.

Dirceu previu que o PT terá anos duros anos pela frente. "Teremos de nos preparar para essa luta. Está evidente que a direita e a oposição nesse País começam a radicalizar a luta política. Evidente que o julgamento da Ação Penal 470 no ano da eleição, a marcação do julgamento na véspera do segundo turno, o caráter que tomou esse julgamento, não tinha o objetivo de fazer Justiça. Foi retomar a luta de 2005 (quando ocorreu o escândalo do mensalão) para retirar o presidente Lula do poder. Isso ficou explícito quando alguns ministros do Supremo que formaram a maioria pronunciaram seus votos." Dirceu disse que vai entrar no STF com todos os recursos a que tem direito.

Para Dirceu, um dos desafios, não do PT, mas da coalizão de governo, é vencer a eleição de 2014. E todos os petistas, segundo ele, devem entender que apoiar a presidente Dilma Rousseff tem tanta força política quanto apoiar a herança do governo de Lula, a reforma tributária, a reforma política e a realização do 5º Congresso do PT. Os temas deste congresso deverão ser a reforma política, uma discussão do papel da mídia e a negação da existência do mensalão.


Dirceu afirmou que o PT não tem maioria para governar sozinho. Por isso, tem de fazer as alianças político-partidárias para dar seguimento ao programa que, segundo ele, mudou a História do Brasil. Mas a oposição, junto com a mídia, insistiu, trabalham o tempo todo para destruir essa coligação dizendo que haverá um fracasso.

"Falam da questão da energia, da Petrobras, da Ação Penal, das alianças políticas que fazemos. Tudo feito por intermédio de aparelhos culturais e ideológicos. Não são só os jornais, mas o teatro, o cinema, os livros. Atacam em todos os setores, na educação, na cultura. Dizem que nunca houve corrupção como agora, mas eu digo que nunca se combateu a corrupção como agora. Falam que não há democracia, mas nunca houve democracia como agora".

No "ato em defesa do PT" realizado nesta terça-feira em Brasília estavam presentes o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Sánchez Arveláiz, os deputados federais petistas Paulo Ferreira (RS), Pedro Eugênio (PE) e Zeca Dirceu (PR), filho de Dirceu, o ex-secretário-geral do Itamaraty Samuel Pinheiro Guimarães, e o jornalista Raimundo Pereira, editor da revista "Retrato do Brasil", que montou uma banca na entrada do auditório, além do presidente da Câmara Legislativa, Wasny de Roure (PT).

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