Ex-presidente Lula: ele disse que o PT tem que ter "solidariedade" com os companheiros envolvidos em denúncias e elogiou o ex-ministro José Dirceu (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 12h56.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 20, que o PT tem que ter "solidariedade" com os companheiros envolvidos em denúncias e elogiou o ex-ministro José Dirceu - sem mencionar que ele foi condenado no mensalão e que é investigado na Lava Jato.
"Neste momento, a gente tem que ter muita a solidariedade. Não é porque o companheiro da gente cometeu erro que a gente tem que execrar ele", disse o ex-presidente durante evento com blogueiros no Instituto Lula, na capital paulista.
"O companheiro Zé Dirceu pode ter cometido muitos erros, mas a gente tem que saber que ele foi um grande responsável por esse partido, foi um grande presidente do partido."
Lula disse que o PT "aprendeu uma grande lição" e que "está sofrendo", mas que não é questão de voltar às origens do partido. O ex-presidente argumentou que a legenda mudou muito porque cresceu. "Sabe quanta gente entrou no PT depois que a gente ganhou as eleições? Mais de um milhão. A vida prática é difícil", disse.
O petista defendeu que os "companheiros" implicados em denúncias sejam julgados, em processos com lisura e isenção, e "que o PT siga sua vida".
Lula falou que muitas vezes decretaram a morte do PT e o fim dele mesmo como líder.
"O PT saberá fazer justiça a seus companheiros, respeitando os companheiros. Enquanto não for provado que cometeu erro, tenho que estar do lado do meu companheiro. E pode estar certo, o PT vai ressurgir como fênix, vai ressurgir das cinzas muito mais forte."
Ele reforçou que essa determinação vai guiar a legenda nas eleições municipais deste ano.
"Estou com muito mais vontade de ir para a periferia nesta campanha do que tive em outras. Gosto de uma briga, sobretudo quando tentam me ofender ou ofender as coisas em que acredito", disse.
"Fecha os olhos 30 segundos e veja o que seria esse país, a política desse país, sem o PT. Isso que a gente vai debater com os tucanos, com quem tiver que debater", afirmou, ao argumentar que é preciso combater o "discurso fascista" da "direita conservadora" no Brasil.
"Uni-vos petistas em torno da causa nobre da inclusão social", conclamou.