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Dilma vs. Temer ou Dilma e Temer?

A delação do fim do mundo está, enfim, vindo à tona. E as primeiras revelações do empreiteiro Marcelo Odebrecht sobre as contribuições da empreiteira nas campanhas eleitorais acentuam o duelo entre os dois cabeças da chapa vencedora em 2014, Michel Temer e Dilma Rousseff. A íntegra dos depoimentos permanece sob sigilo de Justiça, mas alguns […]

TEMER E DILMA: cassar a chapa vitoriosa em 2018 não interessa a PMDB, PT e PSDB / Valter Campanato/ Agência Brasil
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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2017 às 06h59.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h31.

A delação do fim do mundo está, enfim, vindo à tona. E as primeiras revelações do empreiteiro Marcelo Odebrecht sobre as contribuições da empreiteira nas campanhas eleitorais acentuam o duelo entre os dois cabeças da chapa vencedora em 2014, Michel Temer e Dilma Rousseff. A íntegra dos depoimentos permanece sob sigilo de Justiça, mas alguns detalhes mostram 150 milhões de reais em doações, dos quais até 90% poderiam ser ilegais. Dilma nega tudo. O planalto respira aliviado com a falta de participação direta de Temer nessa primeira leva de revelações.

 

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Em favor de Temer, Odebrecht afirma ter pago 150 milhões de reais à chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014, mas descreve que o dinheiro se dividiu em uma parte como pagamento no exterior ao marqueteiro João Santana e uma parcela de 50 milhões de reais como acerto com o ex-ministro Guido Mantega pela aprovação da Medida Provisória 470/2009 (MP do Refis). Confirmou também que houve uma reunião em separado com Temer para tratar de doações ao PMDB. Isso, teoricamente, indica que os negócios foram tratados em dois momentos. Essa é a ideia que a defesa do atual presidente tenta emplacar no tribunal e na opinião pública. No mais, o partido deve investir em chicanas e recursos para alongar o processo até 2018, inviabilizando a antecipação de novas eleições.

Pelo lado petista, a ex-presidente Dilma classificou como “mentirosas” as informações de que teria pedido dinheiro ao empresário ou autorizado pagamentos a “prestadores de serviços fora do país”. Disse que os vazamentos publicados são “seletivos”. Para se preservar, o partido agora entra em uma sinuca: admitir o caixa 2 e provar que Temer desfrutou do poder econômico da campanha para ser eleito na esteira de Dilma ou manter a narrativa de negação, beneficiando indiretamente Michel Temer.

Nos dias que seguem, as oitivas com executivos da Odebrecht continuam no Tribunal Superior Eleitoral. Se os depoimentos confirmarem as falas de Odebrecht, de que todas as campanhas brasileiras fazem uso de caixa 2, ficará impossível apenas negar as acusações. À frente, uma guerra de estratégias se anuncia.

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