Brasil

Dilma veta 13 pontos da MP dos Portos

Entre os vetos, estão três trechos da MP que dispõem sobre a criação do terminal-indústria


	A presidente Dilma Rousseff: o governo vetou ainda o artigo 69, que tratava da prorrogação de concessões do setor elétrico.
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

A presidente Dilma Rousseff: o governo vetou ainda o artigo 69, que tratava da prorrogação de concessões do setor elétrico. (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Brasília - O governo publicou nesta quarta-feira, 5, edição extra do Diário Oficial da União e sancionou a Medida Provisória dos Portos (MP 595). A presidente Dilma Rousseff vetou 13 pontos da proposta. Entre os vetos, estão três trechos da MP que dispõem sobre a criação do terminal-indústria. Na justificativa, o governo alega que o conceito do terminal-indústria retoma a distinção entre a movimentação de carga própria e de terceiros, "cuja eliminação era uma das principais finalidades do novo marco legal para o setor portuário".

O governo também vetou outros dois trechos da MP que limitavam a participação de empresas com participação societária em empresas de navegação marítima em porcentuais superiores a 5%. Segundo o governo, "da maneira como foram redigidos, os dispositivos restam inócuos", pois a limitação não impede que essas mesmas empresas adquiram participação societária em terminais privados e criam uma regra "facilmente superável" por meio de acordos de acionistas e outras operações societárias.

Também foi vetada a obrigatoriedade de que os Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos) intermedeiem a contratação de trabalhadores para embarcações de navegação interior. A justificativa do veto era que o artigo violava acordo feito com os trabalhadores.

O governo vetou ainda o artigo 69, que tratava da prorrogação de concessões do setor elétrico. A alegação é que o dispositivo trata de matéria estranha à lei dos portos.

Outro veto foi ao trecho que obrigava os novos contratos de concessão a terem 25 anos, prorrogáveis por mais uma vez, até atingir 50 anos. O governo a vetou porque desejava que a prorrogação fosse uma possibilidade "a critério do poder concedente".


Foi vetado artigo que determinava que a vigilância e a segurança do porto organizado fossem feitas pela Guarda Portuária. A justificativa era de que esse artigo poderia acarretar conflitos entre atribuições de órgãos no porto e que violava acordo feito com os trabalhadores.

Também foi vetado artigo que previa que o trabalhador portuário avulso inscrito em cadastro atestasse qualificação profissional para desempenho de atividades. "O texto não deixa claro qual o alcance desse novo cadastro", afirma o governo. Além disso, violava acordo feito com os trabalhadores.

Foi vetada ainda a prorrogação obrigatória dos contratos de arrendamento anteriores a 1993, que deveria ocorrer por um período não inferior ao prazo do contrato. O governo justificou que essa deveria ser uma possibilidade a ser avaliada pelo poder concedente. A possibilidade de prorrogação dos contratos posteriores a 1993 também foi vetada.

Foi vetada ainda a obrigação de que a comprovação da efetiva exposição do trabalhador portuário avulso aos agentes nocivos seja feita pelos Ogmos, por meio de formulário do INSS. Segundo o governo, entidades de trabalhadores pediram que os Ogmos não sejam os únicos a fazer essa comprovação.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffInfraestruturaPersonalidadesPolíticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPortosPT – Partido dos TrabalhadoresTransportes

Mais de Brasil

Ministério Público vai apurar acidente de avião em Ubatuba

'Presidente quer fazer eventuais mudanças ainda este mês', diz Rui Costa sobre reforma ministerial

Prefeito de BH, Fuad Noman volta a ser entubado após apresentar instabilidade respiratória

Lula edita MP que prevê pagamento de R$ 60 mil a pessoas com deficiência causada pelo zika vírus