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Presidência usou contrato para pagar caixa 2, diz revista

A PF investiga a partir de indícios da delação premiada do empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, investigado na operação Acrônimo

Para votar, tanto no primeiro, quanto no segundo turno, Dilma escolheu o vermelho, praticamente um clássico em seu armário de campanha (Roberto Stuckert Filho/Divulgação)

Para votar, tanto no primeiro, quanto no segundo turno, Dilma escolheu o vermelho, praticamente um clássico em seu armário de campanha (Roberto Stuckert Filho/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2016 às 18h11.

* Atualizado em 3 de junho, às 18h10.

São Paulo – De acordo com informação da revista Época, a Polícia Federal estaria investigando evidências de que assessor da presidência do governo Dilma Rousseff (PT) desviou dinheiro público para quitar dívidas de caixa dois de campanha presidencial de 2010 com a agência de comunicação Pepper.

A PF segue indícios da delação premiada do empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, investigado na operação Acrônimo. Segundo a revista, a presidência usou um contrato do Palácio do Planalto em 2015 para quitar os débitos.

De acordo com documentos obtidos pela Época, Bené afirma que a agência vinha pressionando o partido para o pagamento da dívida, fazendo com que o assessor de Dilma Giles Azevedo fechasse os contratos através da presidência, firmados entre 2014 e 2015, em meio às investigações da Lava Jato e da Acrônimo.

O contrato de R$ 44,7 milhões teria sido firmado com a agência Click, após licitação. Segundo relato de Bené publicado pela revista, Giles antecipou a formalização de um contrato da Presidência que só ocorreria meses depois.

Segundo a revista, o delator afirma que o relato do acordo partiu de Fernando Pimentel, em reunião em 2014 entre o governador e Gilles, num apartamento na quadra 114 sul, em Brasília. Bené, de acordo com Época, disse que não atuou no caso e não poderia informar sobre pagamentos.

QUITINETE

A Época revela em segunda reportagem que Bené contou à Polícia Federal que teve de providenciar uma quitinete em Brasília para guardar o dinheiro para caixa dois de campanha de Fernando Pimentel em 2014. Segundo a revista, ele diz em delação premiada que chegou a armazenar R$ 12 milhões em dinheiro vivo no imóvel.

"Foi assim, por exemplo, com o esquema relatado no aeroporto da empresa JHSF, em São Roque. Além dos R$ 3,2 milhões para o PT, Bené disse que pegou R$ 250 mil em dinheiro vivo", diz Época.

Diz a revista também que Bené afirma que a empresa JHSF pagou caixa dois simulando um contrato com o instituto de pesquisas Vox Populi.

NOTA DA EMPRESA

A Agência Isobar Brasil enviou nota à redação após a publicação do texto. Veja abaixo.

A Isobar Brasil (nome atual da AgênciaClick Isobar), pioneira e uma das principais agências digitais do Brasil, reconhecida por seu trabalho e reputação dentro e fora do país e há mais de duas décadas no mercado, vem a público comunicar:

- nunca manteve ou mantém qualquer relação de natureza societária com a empresa Pepper ou seus dirigentes;
- nunca manteve ou mantém qualquer tipo de relação comercial com a empresa Pepper ou seus dirigentes;
- o atual contrato da Secom (Secretaria de Comunicação) é resultado de um transparente e público processo de licitação, ocorrido ao longo do segundo semestre de 2014, do qual a Isobar foi uma das duas agências selecionadas;
- a sua participação em concorrências e contratos firmados com todos os seus clientes, incluindo-se o Governo Federal, ocorre dentro dos rigorosos critérios da Lei, e sempre em respeito à ética.
Há mais de 16 anos, o escritório da Isobar em Brasília destaca-se pela sólida experiência e qualidade técnica no atendimento a contas públicas.
A empresa recebeu com indignação a reportagem publicada no site da revista Época -- reproduzida por outros veículos de comunicação --, refuta as informações divulgadas e avalia as medidas legais cabíveis.

Isobar Brasil
São Paulo, 03 de junho de 2016.

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