Brasil

Dilma Rousseff rebate justificativa de Moro sobre grampos

Moro citou o caso do ex-presidente dos Estados Unidos Richard Nixon (1969-1974) para justificar a divulgação dos grampos


	Grampos: Moro citou Watergate para divulgação de gravações com presidente, que rebateu citando o mesmo caso
 (Ueslei Marcelino/ Reuters)

Grampos: Moro citou Watergate para divulgação de gravações com presidente, que rebateu citando o mesmo caso (Ueslei Marcelino/ Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2016 às 10h01.

Feira de Santana – No seu primeiro evento público após a divulgação de grampos que supostamente indicam obstrução de Justiça, a presidente Dilma Rousseff esforçou-se para explicar a uma plateia de beneficiários do programa Minha Casa Minha Vida que não cometeu crime de responsabilidade ao convidar o ex-presidente Lula para a Casa Civil.

Ela ainda aproveitou para desqualificar o juiz responsável pelos processos da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, sugerindo que ele deveria ser preso.

Um dia após Moro citar o caso do ex-presidente dos Estados Unidos Richard Nixon (1969-1974) para justificar a divulgação dos grampos, Dilma fez questão de mencionar o próprio Nixon para criticar o juiz de Curitiba. O republicano Nixon foi o primeiro presidente dos EUA a sofrer impeachment sob a acusação de autorizar gravações clandestinas em uma sede do partido Democrata.

A presidente lembrou que Nixon foi proibido de gravar as conversas que mantinha na Casa Branca. "Nixon grampeava todos que entravam na sala dele. E aí o que aconteceu? A Suprema Corte dos EUA mandou ele entregar todos os grampos e o proibiu de grampear", disse.

Dilma voltou a afirmar que não pode ser alvo de interceptação telefônica sem mencionar, porém, que o grampo ocorreu no telefone de Lula, que não tinha foro privilegiado.

"Um presidente tem garantias constitucionais. Ele não pode ser grampeado sem autorização expressa da Suprema Corte. Em outros países, quem grampeia vai preso. Grampeia o presidente dos EUA e veja o que acontece", disse.

As declarações foram feitas no evento de entrega de cerca de 1,6 mil unidades do programa Minha Casa Minha Vida em Feira de Santana, cidade baiana localizada a 108 quilômetros da capital.

Dilma falou para cerca de 2 mil pessoas que se apinhavam para assistir o evento realizado no meio do condomínio de prédios. Quando a presidente chegou, um pequeno grupo à frente do palco gritou "não vai ter golpe". Dilma estava acompanhada do governador da Bahia, Rui Costa (PT).

Ambos foram aplaudidos. Ex-governador e atual ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner também compareceu. O atual prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), também foi aplaudido pelo público, mas acabou vaiado por um pequeno grupo de militantes petistas.

Discurso

A presidente não citou nominalmente o juiz Sérgio Moro, mas fez questão de explicar o episódio da conversa gravada com o ex-presidente Lula. E como já havia feito ontem, no Palácio do Planalto, ressaltou que irá "tomar as medidas cabíveis" contra o juiz."Um presidente tem garantias constitucionais, não pode ser grampeado sem autorização expressa".

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasCuritibaDilma RousseffGoverno DilmaJustiçaPersonalidadesPolíticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresSergio Moro

Mais de Brasil

Acidente em MG: Motorista de carreta envolvida em tragédia se entrega após passar dois dias foragido

Quem é o pastor indígena que foi preso na fronteira com a Argentina

Oito pontos para entender a decisão de Dino que suspendeu R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão

Ministro dos Transportes vistoria local em que ponte desabou na divisa entre Tocantins e Maranhão