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Dilma retoma ação para colocar PAC na vitrine eleitoral

Presidente retoma nesta terça-feira a agenda pública de eventos por todo o País

A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula (D) assistem à missa em memória de Eduardo Campos (Nelson Almeida/AFP)
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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 22h50.

Porto Velho - Com a volta das atividades de campanha, suspensas temporariamente após a trágica morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, a presidente Dilma Rousseff retoma nesta terça-feira a agenda pública de eventos por todo o País, mesmo dia do início da veiculação do horário eleitoral na TV e no rádio.

Em mais uma agenda mista - na qual visita uma obra como presidente da República e depois fala com jornalistas na condição de candidata à reeleição -, Dilma vai fazer uma vistoria nas usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, ambas em Rondônia.

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As usinas integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e entraram na mira do Ministério Público Federal e do MP de Rondônia em virtude dos impactos ambientais provocados.

A licença prévia das hidrelétricas foi emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 2007, quando Marina Silva - agora alçada à cabeça de chapa do PSB na corrida pelo Palácio do Planalto - chefiava o Ministério do Meio Ambiente.

Segundo um auxiliar da presidente, a ofensiva de Dilma em Rondônia reforça uma estratégia de colocar o PAC na vitrine eleitoral e mostrar que os investimentos do governo estão dando, sim, resultados.

Dilma também pretende exaltar as mudanças implantadas no setor energético durante a sua gestão e sair em defesa do que considera o legado do governo na área.

No dia 5 deste mês, a candidata à reeleição esteve na usina hidrelétrica de Belo Monte, onde gravou cenas para o horário eleitoral.

Dilma também já usou como set de filmagem a ferrovia Norte-Sul - na quinta-feira, o roteiro meio institucional, meio eleitoral vai incluir uma passagem por Cabrobó e Floresta, ambas em Pernambuco, para conferir a obra de transposição do Rio São Francisco.

Justiça

De acordo com o procurador Raphael Bevilaqua, já foram movidas cerca de 20 ações civis públicas contra as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, referentes a uma série de aspectos, como as licenças emitidas, a remoção de famílias e o impacto ambiental provocado na região.

Nesta sexta-feira, representantes do Ministério Público deverão se reunir com pescadores que apontam falhas no sistema de transposição de peixe implantado no rio Madeira.

"Muitas vezes a gente quer pontuar algum problema no licenciamento, na forma como as coisas estão sendo executadas, por um lado a oposição toma aquilo como crítica ao governo, e o governo toma aquilo como perseguição política. Todas as ações judiciais que se formam em relação a isso sempre tem essa polarização, o que é ruim para a condução do tema dentro dos critérios técnicos", disse o procurador.

Procurada pela reportagem, a concessionária Santo Antônio Energia informou que não se manifestará "sobre ações judiciais que ainda não foram concluídas".

Atualmente, 28 turbinas da usina já estão em operação comercial e 10,9 mil trabalhadores trabalham no local.

A obra, segundo a concessionária, deverá ficar pronta em novembro de 2016 - o investimento total previsto é de R$ 19,5 bilhões. A concessionária de Jirau e o Ibama não responderam à reportagem até o início da noite desta segunda-feira.

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