Presidente Dilma Rousseff durante entrevista no Jornal Nacional desta segunda-feira (Reprodução/TV Globo)
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 06h22.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, rejeitou nesta segunda-feira que seu governo e partido descuidem da questão ética, defendeu ações executadas no combate à corrupção, mas evitou comentar o julgamento do mensalão ou a postura do PT em relação aos condenados.
Após ouvir uma lista de ministérios envolvidos em denúncias de corrupção durante o seu governo, Dilma foi questionada sobre a dificuldade de se cercar de pessoas honestas e se essa série de denúncias não abala a imagem ética do PT.
A presidente afirmou que os governos petistas criaram várias estruturas de combate à corrupção e argumentou ainda que muitas denúncias da mídia não se confirmaram.
"Muitos daqueles que foram identificados pela mídia como tendo praticado atos indevidos foram posteriormente inocentados", disse em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.
Dilma disse que não falaria sobre o julgamento do mensalão e evitou comentar a postura do PT, ao ser questionada se era correta a posição do partido, que defendeu seus membros condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Eu sou presidente da República, eu não faço nenhuma observação sobre julgamentos realizados pelo Supremo Tribunal", disse, numa entrevista que foi mais tensa do que as realizadas na semana passada com os candidatos do PSDB, Aécio Neves, e do PSB, Eduardo Campos, morto um dia depois num acidente aéreo.
"Eu tenho as minhas opiniões pessoais. Enquanto eu for presidente eu não externo opinião sobre julgamento do Supremo", acrescentou, evitando qualquer posicionamento que a colocasse contra a suprema corte ou em atrito com o PT.
Economia e saúde
Confrontada com um quadro econômico ruim --inflação alta, baixo crescimento e menor superávit primário dos últimos 14 anos-- e questionada sobre qual a parcela de culpa do governo por esse resultado, Dilma voltou a dizer que o país está enfrentando uma crise internacional e se saindo melhor do que no passado.
"Enfrentamos a crise pela primeira vez não desempregando, não arrochando salários e não aumentando tributos", repetiu o que tem dito, sem apontar possíveis falhas na sua gestão econômica.
A presidente disse ainda que o segundo semestre será de recuperação econômica. "Temos uma melhoria prevista para o segundo semestre." Questionada se considerava que a situação do sistema de saúde no Brasil podia ser classificada como minimamente razoável, após quase 12 anos de governos petistas, ela admitiu que não.
"Não, não acho. Até porque o Brasil precisa de uma reforma federativa", argumentou, tentando explicar que o governo federal não poderia ser responsabilizado por todos os problemas.
Um pouco antes, quando discorria sobre o programa Mais Médicos, que importou médicos de outros países para atender no Sistema Único de Saúde (SUS), a presidente já havia dito que nessa área o governo tem desafios a serem vencidos.
"Nós tivemos e ainda temos muitos desafios a enfrentar na saúde", afirmou.