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Dilma diz que momento é difícil; é recebida com vaias em SP

A presidente disse que o Brasil passa por um momento difícil, mas ponderou que "nem de longe" o país passa por uma crise como as do passado

Presidente Dilma Rousseff: "é verdade que o Brasil pasa por um momento difícil, mais difícil do que vivemos nos últimos anos" (Paulo Whitaker/Reuters)

Presidente Dilma Rousseff: "é verdade que o Brasil pasa por um momento difícil, mais difícil do que vivemos nos últimos anos" (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2015 às 17h18.

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que o Brasil passa por um momento difícil e as medidas de ajuste nas contas públicas são necessárias, mas ponderou que "nem de longe" o país passa por uma crise como as do passado que paralisavam a economia.

Na cerimônia de abertura da nova edição do Salão Internacional da Construção, em São Paulo, Dilma reconheceu uma desaceleração do setor e da economia como um todo. A presidente foi vaiada na chegada ao evento por trabalhadores e expositores durante visita à feira, que ainda não havia sido aberta para visitação. As manifestações ocorreram dois dias depois de ela também ter sido alvo de panelaço durante pronunciamento à nação na TV.

Dilma reiterou, no discurso desta terça, que as medidas de ajuste anunciadas pelo governo não vão interromper investimentos em infraestrutura. A presidente disse que anunciará em breve a 3ª fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e novas concessões em infraestrutura.

"É verdade que o Brasil pasa por um momento difícil, mais difícil do que vivemos nos últimos anos... Nem de longe estamos vivendo uma crise das dimensões que alguns dizem que nós estamos vivendo. Nós passamos por problemas conjunturais, estritamente conjunturais, porque nossos fundamentos hoje são sólidos", afirmou, reconhecendo, no entanto, a necessidade do ajuste. "Nós temos de fazer correções e ajustes e eles são necessários", disse.

"Mas essas correções e ajustes têm propósitos muito claros. Eles reforçam ainda mais os fundamentos econômicos do país e constróem novas condições para retomada tanto do crescimento quanto do emprego. O ajuste não é um fim em si." O ajuste fiscal proposto pelo governo visa a atingir uma meta de superávit primário de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto e, para isso, estão sendo feitos cortes orçamentários e mudanças em regras de benefícios trabalhistas e previdenciários e sendo reduzidas desonerações tributárias para vários setores da economia.

Essas mudanças têm sofrido resistência no Congresso e por parte das centrais sindicais, e a tensão enfrentada pela presidente na base governista e o escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras podem gerar ainda mais obstáculos para o ajuste fiscal proposto pela equipe econômica. Em seu discurso, Dilma também voltou a assegurar que as medidas não vão afetar programas como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.

"As dificuldades que existem e as medidas, tanto tributárias como de correção que nós estamos tomando para superá-las, não vão comprometer as conquistas sociais... tampouco vão fazer o país parar ou comprometer o futuro do país", afirmou.

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