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Dilma reage às pressões do PT e afirma que Levy fica

Na sexta-feira, em Brasília, durante uma reunião da Junta Orçamentária do governo, surgiram rumores de que o titular da Fazenda entregaria o cargo


	A presidente da República, Dilma Rousseff, e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy: na sexta-feira, surgiram rumores de que o titular da Fazenda entregaria o cargo
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

A presidente da República, Dilma Rousseff, e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy: na sexta-feira, surgiram rumores de que o titular da Fazenda entregaria o cargo (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2015 às 07h05.

Estocolmo - A presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo, em Estocolmo, na Suécia, que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não vai deixar o governo. Dilma fez uma declaração enfática em sua primeira entrevista após crescerem os rumores sobre a suposta saída de Levy, alvo de críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de setores do PT e do próprio governo.

Na sexta-feira, em Brasília, durante uma reunião da Junta Orçamentária do governo, surgiram rumores de que o titular da Fazenda entregaria o cargo. A assessoria de Levy e auxiliares de Dilma negaram que ele tivesse pedido demissão.

O ministro, porém, já disse a interlocutores que pretende deixar o cargo no fim do ano, caso o "fogo amigo" contra ele continue no PT e no governo, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo. Até dezembro, ele espera aprovar as medidas do pacote fiscal.

Demonstrando irritação com as perguntas sobre o assunto, a presidente tentou ontem encerrar o tema. "Ele (Levy) não está saindo do governo. Ponto. Eu não trato mais desse assunto", afirmou Dilma, na chegada ao Grand Hotel, após encontro com os monarcas da Suécia, o rei Carlos XVI e a rainha Silvia.

"Qualquer coisa além disso está ficando especulativo. Vocês (os jornalistas) não farão especulação a respeito do ministro da Fazenda comigo."

A presidente negou que a eventual saída de Levy tenha sido discutida na reunião realizada na sexta-feira e da qual participaram o próprio ministro, além do chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

"O que nós conversamos na sexta-feira foi sobre quais são os próximos passos e qual é a nossa estratégia no sentido de que se aprovem as principais medidas sobre o equilíbrio fiscal", disse. "Não se tocou no assunto (demissão)."

‘Instabilidade’

Dilma disse ainda que Lula - defensor da ida do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para a Fazenda - não solicitou a substituição do atual titular da pasta. "Ele nunca me pediu nada (a respeito). Quando quer alguma coisa, o presidente Lula não tem o menor constrangimento de falar comigo", afirmou.

A pressão de Lula e do PT sobre Levy tem aumentado porque não há melhora no ambiente econômico. Na semana passada, o ex-presidente afirmou, durante congresso da CUT, que Dilma tinha adotado o discurso da campanha tucana na economia.

Em reunião prevista para o dia 29, o Diretório Nacional do PT promete defender o "Fora Levy" e uma guinada na atual política econômica.

Indagada sobre se concordava com a avaliação feita pelo presidente do PT, Rui Falcão, que, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que ou Levy muda sua política econômica, ou deve sair do governo, Dilma deixou clara a divergência com a direção partidária.

"O presidente do PT pode ter a opinião que ele quiser. Mas não é a opinião do governo", disse ela. "Se eu disse que não é a opinião do governo, o ministro Levy fica."

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