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Dilma pede entrevista de Temer no processo contra impeachment

Defesa da ex-presidente pediu que a entrevista que Temer deu falando sobre vingança de Cunha seja incluída no processo que tenta anular o impeachment

Temer e Dilma: segundo defesa, fala de Temer comprova que impeachment teve desvio de finalidade na origem (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer e Dilma: segundo defesa, fala de Temer comprova que impeachment teve desvio de finalidade na origem (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de abril de 2017 às 07h45.

Brasília - A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff apresentou uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) para incluir a entrevista que o presidente Michel Temer concedeu à TV Bandeirantes no sábado para tentar reforçar um processo no qual pede a nulidade do processo de impeachment da petista.

Temer disse na entrevista que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), admitiu a ele só ter aceito o pedido de impeachment de Dilma porque três deputados do PT no Conselho de Ética da Casa recusaram-se a votar por absolvê-lo, iniciativa que poderia preservar o mandato dele.

Na petição ao STF, o advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, disse que a fala do atual presidente comprova que o processo de impeachment teve desvio de finalidade na origem.

"As palavras do atual presidente da República tornam ainda mais evidente e irrefutável o reconhecimento do desvio de poder ou desvio de finalidade que marcou a instauração e o desenvolvimento do processo de impeachment promovido em desfavor da impetrante (Dilma Rousseff)", diz Cardozo na petição de quatro páginas.

Para o advogado, o STF tem a prova de que não foram as chamadas "pedaladas fiscais" que levaram Cunha a deflagrar o processo de afastamento de Dilma, mas sim a vingança pelo fato de a petista não ter cedido à chantagem dele.

A petição foi apresentada a um mandado de segurança proposto pela defesa de Dilma no dia 30 de setembro ao Supremo, depois de o Senado ter decidido condená-la definitivamente à perda do cargo. O Supremo ainda vai julgar o mérito do mandado de segurança.

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