Vista geral do Plenário da Câmara dos Deputados: a expectativa dos governistas é que Dilma recue nesse ponto. "Ela sinalizou que entende essa questão, mas não deu resposta definitiva", disse o líder do PMDB (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2015 às 14h19.
Brasília - Em reunião no Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira, 17, líderes da base aliada na Câmara disseram à presidente da República, Dilma Rousseff, que ela não tem hoje os 308 votos necessários para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição que recria a CPMF.
No encontro, os líderes voltaram a demonstrar insatisfação com o direcionamento das emendas parlamentares a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A expectativa dos governistas é que Dilma recue nesse ponto. "Ela sinalizou que entende essa questão, mas não deu resposta definitiva", disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ).
A expectativa é que a questão seja tratada na próxima segunda-feira, 21, em reunião com o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que esta semana passou a cuidar da articulação política do governo.
Segundo o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), a presidente estava serena e passou a conduzir pessoalmente a relação política com o Congresso.
O parlamentar disse que a presidente garantiu que passaria a ter muito mais contato com as bancadas na tentativa de reestruturar a base e garantir a aprovação das medidas do ajuste fiscal.
"Ao querer receber de forma mais direta o termômetro da Casa, ela está mais disposta a dialogar", disse Rosso.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a presidente não abordou com os líderes a reforma ministerial, prevista para ser anunciada até a próxima quarta-feira, 23.
Guimarães também disse que não se tratou do movimento pró-impeachment conduzido pela oposição. "Não estou preocupado com esta agenda dos conspiradores", comentou o deputado.
A presidente também demonstrou aos líderes da base preocupação com a análise dos vetos, que deve ocorrer em sessão do Congresso marcada para a próxima semana.
Os líderes cobraram do governo que divulgue o impacto financeiro da eventual derrubada dos vetos para que eles apresentem os dados às suas bancadas.