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Dilma mantém convicção de que voltará ao governo

Um dia após ser afastada da presidência, Dilma mostrou-se convicta de que provará sua inocência

Dilma Rousseff: Dilma se mostrou tranquila, relaxada e segura (Igo Estrela/ Reuters)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2016 às 22h03.

Brasília - Um dia após ser afastada da presidência, Dilma Rousseff mostrou-se convicta nesta sexta-feira de que provará sua inocência, será absolvida e voltará ao cargo, que é ocupado interinamente por Michel Temer , a cujo governo classificou como "ilegítimo".

Dilma recebeu um grupo de correspondentes estrangeiros no Palácio da Alvorada e disse que durante os 180 dias que podem durar o julgamento político e sua suspensão se concentrará em sua defesa.

Se convencer o Senado de sua inocência e for absolvida, retomará o cargo assim que for concluído o processo, mas se for condenada, um extremo com o qual não conta, sofrerá o impeachment e Temer completará o mandato que termina em 1º de janeiro de 2019.

Ao lado do ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que agora segue à frente de sua defesa, Dilma se mostrou tranquila, relaxada e segura de que poderá provar que "não há bases jurídicas para este processo, que não é mais que um golpe".

Ela garantiu também que exercerá sua defesa em todos os planos possíveis, já que se trata de um julgamento com caráter "político", pois, na sua opinião, o parlamento iniciou um processo "sem que haja crime".

"Temos que nos defender jurídica e politicamente, e a defesa será feita frente a toda a sociedade brasileira. Viajarei para onde for convidada para me defender e comparecerei de forma limpa e transparente para explicar as verdadeiras razões que levaram a este processo", disse.

Cardozo, por sua vez, declarou que ainda lhe restam cartas para colocar na mesa em defesa de Dilma frente ao Supremo Tribunal Federal, que até agora aprovou a legalidade do processo.

O ex-advogado-geral da União também disse que não descarta comparecer à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), mas esclareceu que ainda "não é o momento".

As acusações às quais Dilma responderá são fundamentadas nas chamadas "pedaladas fiscais", manobras com as quais o governo maquiou suas contas de 2014 e 2015 e que, segundo ela, são comuns na administração pública brasileira.

"Todos os governos anteriores fizeram isso, mas só eu fui processada", afirmou Dilma, que também criticou os primeiros anúncios feitos por Temer, que iniciou sua gestão nesta quinta-feira.

Dilma alertou para os "riscos" que a democracia no país corre e classificou o governo interino como "ilegítimo" e "ilegal".

"Não sei se o risco existe agora, neste momento. Mas acredito que um governo ilegítimo precisará sempre de mecanismos ilegítimos para se manter no poder", advertiu Dilma, que prefere ser chamada "presidente eleita" ao invés de "afastada".

Para ela, a gestão de Temer será "liberal na economia e conservadora nas áreas social e cultural".

Primeira mulher eleita para governar o país, Dilma lamentou que "após muito tempo, pela primeira vez não haja no governo brasileiro nem mulheres nem negros".

Temer anunciou nesta quinta-feira seu ministério, e todos os seus integrantes são homens e brancos, o que ela considera que "é uma imagem" do que será sua gestão.

"Há um problema de representatividade", sobretudo em relação às mulheres, que representam mais de 50% da população brasileira, alegou.

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Brasília - Um dia após ser afastada da presidência, Dilma Rousseff mostrou-se convicta nesta sexta-feira de que provará sua inocência, será absolvida e voltará ao cargo, que é ocupado interinamente por Michel Temer , a cujo governo classificou como "ilegítimo".

Dilma recebeu um grupo de correspondentes estrangeiros no Palácio da Alvorada e disse que durante os 180 dias que podem durar o julgamento político e sua suspensão se concentrará em sua defesa.

Se convencer o Senado de sua inocência e for absolvida, retomará o cargo assim que for concluído o processo, mas se for condenada, um extremo com o qual não conta, sofrerá o impeachment e Temer completará o mandato que termina em 1º de janeiro de 2019.

Ao lado do ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que agora segue à frente de sua defesa, Dilma se mostrou tranquila, relaxada e segura de que poderá provar que "não há bases jurídicas para este processo, que não é mais que um golpe".

Ela garantiu também que exercerá sua defesa em todos os planos possíveis, já que se trata de um julgamento com caráter "político", pois, na sua opinião, o parlamento iniciou um processo "sem que haja crime".

"Temos que nos defender jurídica e politicamente, e a defesa será feita frente a toda a sociedade brasileira. Viajarei para onde for convidada para me defender e comparecerei de forma limpa e transparente para explicar as verdadeiras razões que levaram a este processo", disse.

Cardozo, por sua vez, declarou que ainda lhe restam cartas para colocar na mesa em defesa de Dilma frente ao Supremo Tribunal Federal, que até agora aprovou a legalidade do processo.

O ex-advogado-geral da União também disse que não descarta comparecer à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), mas esclareceu que ainda "não é o momento".

As acusações às quais Dilma responderá são fundamentadas nas chamadas "pedaladas fiscais", manobras com as quais o governo maquiou suas contas de 2014 e 2015 e que, segundo ela, são comuns na administração pública brasileira.

"Todos os governos anteriores fizeram isso, mas só eu fui processada", afirmou Dilma, que também criticou os primeiros anúncios feitos por Temer, que iniciou sua gestão nesta quinta-feira.

Dilma alertou para os "riscos" que a democracia no país corre e classificou o governo interino como "ilegítimo" e "ilegal".

"Não sei se o risco existe agora, neste momento. Mas acredito que um governo ilegítimo precisará sempre de mecanismos ilegítimos para se manter no poder", advertiu Dilma, que prefere ser chamada "presidente eleita" ao invés de "afastada".

Para ela, a gestão de Temer será "liberal na economia e conservadora nas áreas social e cultural".

Primeira mulher eleita para governar o país, Dilma lamentou que "após muito tempo, pela primeira vez não haja no governo brasileiro nem mulheres nem negros".

Temer anunciou nesta quinta-feira seu ministério, e todos os seus integrantes são homens e brancos, o que ela considera que "é uma imagem" do que será sua gestão.

"Há um problema de representatividade", sobretudo em relação às mulheres, que representam mais de 50% da população brasileira, alegou.

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