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Dilma gostaria de ver Ronaldo no comando do COL

Governo está preocupado que as críticas ao presidente do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014, José Maria Marin, causem prejuízos à imagem do país

Ronaldo: ex-jogador, de 36 anos, já integra o COL. Ele ingressou no comitê de administração do COL em 2011, quando o comitê ainda era presidido por Teixeira. (Mike Hewitt/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 21h58.

Brasília- O governo está preocupado que as críticas ao presidente do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014 , José Maria Marin, causem prejuízos à imagem do país e à organização do torneio, e o ex-atacante Ronaldo, atual membro do comitê, é o preferido da presidente Dilma Rousseff para comandar a entidade, disse nesta sexta-feira uma fonte com conhecimento do assunto.

Dilma simpatiza com a possibilidade de Ronaldo substituir o dirigente de 80 anos no comando do COL, mas determinou que o governo "fique longe da confusão" envolvendo Marin, afirmou a fonte, falando sob condição de anonimato.

Marin, que além de comandar o Comitê Organizador Local da Copa também é o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), é alvo de uma campanha liderada pelo ex-jogador e atual deputado federal Romário (PSB-RJ) para deixar o comando das entidades, sob acusações que vão desde irregularidades na CBF ao fato de Marin ter supostamente colaborado com o regime militar.

"Não podemos deixar uma pessoa que têm sua história ligada à ditadura militar figurar ao lado da presidente Dilma Roussef na abertura da Copa recebendo outros chefes de Estado. Seria um enorme constrangimento para o Brasil", disse Romário por meio de sua assessoria de imprensa, acrescentando que apoia Ronaldo para o comando do COL. "Não vejo nome melhor." Uma das acusações diz respeito a uma gravação de áudio divulgada no YouTube, cuja voz é atribuída a Marin, em que a pessoa que fala faz acertos com um interlocutor não revelado sobre as eleições internas da CBF, incluindo comentários sobre "agradar esses caras" para "não termos nenhuma surpresa".

Em outro vídeo, a voz atribuída a Marin faz críticas ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que após saber da divulgação das gravações disse em entrevista à Reuters esperar que o presidente da CBF preste esclarecimentos.

Marin assumiu o comando da CBF e do COL há pouco mais de um ano, após a renúncia de seu antecessor, Ricardo Teixeira, que deixou o cargo em meio a denúncias sobre diversas irregularidades. Assim como o atual presidente das entidades, que nunca foi recebido em particular por Dilma, o ex-dirigente não gozava de prestígio junto ao governo.

Acusações de corrupção já mancharam a imagem da CBF em outros momentos. Em 2000, a entidade foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para apurar possíveis irregularidades no contrato de patrocínio com a Nike, que permanece até hoje como fornecedora de material esportivo da equipe.


Ricardo Teixeira e seu ex-sogro João Havelange, ex-presidente da Fifa, foram citados pela Justiça suíça, no ano passado, como envolvidos num esquema de pagamento de milhões de dólares em subornos relativos à organização de Copas do Mundo na década de 1990.

Nesta semana, a mesma fonte havia dito à Reuters, que há "grande preocupação" no governo de que a presença de Marin no comando do COL represente uma continuidade das suspeitas de corrupção, com o risco de atingir a imagem do país como um todo na organização da Copa do Mundo.

Embora oficialmente negue preocupação semelhante a respeito de Marin, a Fifa também gostaria que o dirigente deixasse o COL, afirmou essa mesma fonte.

O ministro do Esporte avaliou, no entanto, que a imagem do Brasil não ficou arranhada com as denúncias contra o presidente do COL, mas disse que os recentes fatos sobre Marin "não são as melhores notícias que o Brasil tem a oferecer para a Copa".

Ícone do esporte

Ronaldo, de 36 anos, já integra o COL. Ele ingressou no comitê de administração do COL em 2011, quando o comitê ainda era presidido por Teixeira.

A entrada do ex-jogador, duas vezes campeão mundial e eleito três vezes o melhor do mundo pela Fifa, foi um trunfo dos organizadores para colocar um ícone esportivo à frente da organização, assim como aconteceu com a Alemanha na Copa de 2006, com Franz Beckenbauer, e com a França em 1998, com Michel Platini.

A diferença dos europeus em relação ao Brasil é que aqui Ronaldo está abaixo de Marin na estrutura da organização. Apesar de ser Ronaldo, e não Marin, quem acompanha os preparativos e tem contato mais de perto com o público, quem faz os discursos nos eventos oficiais do Mundial é Marin, por exemplo.


Solicitado pela Reuters a comentar a possível saída de Marin e a eventual promoção de Ronaldo, o COL disse que não comenta especulações.

"Toda a equipe do COL está focada na entrega da Copa das Confederações da Fifa e contamos com o total envolvimento do presidente José Maria Marin e do membro do Conselho de Administração do COL, Ronaldo, nos preparativos do evento", acrescentou a entidade em nota.

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Dilma simpatiza com a possibilidade de Ronaldo substituir o dirigente de 80 anos no comando do COL, mas determinou que o governo "fique longe da confusão" envolvendo Marin, afirmou a fonte, falando sob condição de anonimato.

Marin, que além de comandar o Comitê Organizador Local da Copa também é o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), é alvo de uma campanha liderada pelo ex-jogador e atual deputado federal Romário (PSB-RJ) para deixar o comando das entidades, sob acusações que vão desde irregularidades na CBF ao fato de Marin ter supostamente colaborado com o regime militar.

"Não podemos deixar uma pessoa que têm sua história ligada à ditadura militar figurar ao lado da presidente Dilma Roussef na abertura da Copa recebendo outros chefes de Estado. Seria um enorme constrangimento para o Brasil", disse Romário por meio de sua assessoria de imprensa, acrescentando que apoia Ronaldo para o comando do COL. "Não vejo nome melhor." Uma das acusações diz respeito a uma gravação de áudio divulgada no YouTube, cuja voz é atribuída a Marin, em que a pessoa que fala faz acertos com um interlocutor não revelado sobre as eleições internas da CBF, incluindo comentários sobre "agradar esses caras" para "não termos nenhuma surpresa".

Em outro vídeo, a voz atribuída a Marin faz críticas ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que após saber da divulgação das gravações disse em entrevista à Reuters esperar que o presidente da CBF preste esclarecimentos.

Marin assumiu o comando da CBF e do COL há pouco mais de um ano, após a renúncia de seu antecessor, Ricardo Teixeira, que deixou o cargo em meio a denúncias sobre diversas irregularidades. Assim como o atual presidente das entidades, que nunca foi recebido em particular por Dilma, o ex-dirigente não gozava de prestígio junto ao governo.

Acusações de corrupção já mancharam a imagem da CBF em outros momentos. Em 2000, a entidade foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para apurar possíveis irregularidades no contrato de patrocínio com a Nike, que permanece até hoje como fornecedora de material esportivo da equipe.


Ricardo Teixeira e seu ex-sogro João Havelange, ex-presidente da Fifa, foram citados pela Justiça suíça, no ano passado, como envolvidos num esquema de pagamento de milhões de dólares em subornos relativos à organização de Copas do Mundo na década de 1990.

Nesta semana, a mesma fonte havia dito à Reuters, que há "grande preocupação" no governo de que a presença de Marin no comando do COL represente uma continuidade das suspeitas de corrupção, com o risco de atingir a imagem do país como um todo na organização da Copa do Mundo.

Embora oficialmente negue preocupação semelhante a respeito de Marin, a Fifa também gostaria que o dirigente deixasse o COL, afirmou essa mesma fonte.

O ministro do Esporte avaliou, no entanto, que a imagem do Brasil não ficou arranhada com as denúncias contra o presidente do COL, mas disse que os recentes fatos sobre Marin "não são as melhores notícias que o Brasil tem a oferecer para a Copa".

Ícone do esporte

Ronaldo, de 36 anos, já integra o COL. Ele ingressou no comitê de administração do COL em 2011, quando o comitê ainda era presidido por Teixeira.

A entrada do ex-jogador, duas vezes campeão mundial e eleito três vezes o melhor do mundo pela Fifa, foi um trunfo dos organizadores para colocar um ícone esportivo à frente da organização, assim como aconteceu com a Alemanha na Copa de 2006, com Franz Beckenbauer, e com a França em 1998, com Michel Platini.

A diferença dos europeus em relação ao Brasil é que aqui Ronaldo está abaixo de Marin na estrutura da organização. Apesar de ser Ronaldo, e não Marin, quem acompanha os preparativos e tem contato mais de perto com o público, quem faz os discursos nos eventos oficiais do Mundial é Marin, por exemplo.


Solicitado pela Reuters a comentar a possível saída de Marin e a eventual promoção de Ronaldo, o COL disse que não comenta especulações.

"Toda a equipe do COL está focada na entrega da Copa das Confederações da Fifa e contamos com o total envolvimento do presidente José Maria Marin e do membro do Conselho de Administração do COL, Ronaldo, nos preparativos do evento", acrescentou a entidade em nota.

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