Dilma faz contas para impeachment e quer reaproximar Temer
Além da preocupação com o PMDB, Dilma fez uma análise do processo de impeachment que tem sido acelerado de forma proposital por Cunha
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2016 às 17h17.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff iniciou os trabalhos da semana fazendo as contas para barrar o processo de impeachment e disposta a investir em reaproximações com o vice-presidente Michel Temer .
O objetivo é tentar "tocar a agenda" independente da situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, apesar de ter tido a posse da Casa Civil suspensa, pode vir para Brasília ainda nesta segunda-feira, 21, e começar um trabalho informal de articulação.
A avaliação é que Lula pode começar a trabalhar sem ser oficialmente ministro e que o governo não pode parar à espera de uma decisão do Supremo Tribunal Federal ( STF ), já que essa questão "não tem como depender de ações do Planalto".
Segundo interlocutores da presidente, durante a reunião de coordenação desta segunda-feira, 21, além de um diagnóstico do processo de impeachment que está em andamento, a presidente avaliou que é preciso reforçar os laços com o PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, que tem dado sinais de que o desembarque do governo está próximo.
A avaliação de fontes do governo é que, apesar da situação com o partido estar complicada, "ela não é irreversível". "A presidente deve fazer novamente um apelo aos ministros do PMDB para se reaproximar de Temer", disse um interlocutor.
O vice-presidente está nesta segunda-feira em São Paulo e, segundo sua assessoria, não tem compromissos públicos.
Além da preocupação com o PMDB, Dilma, os ministros e os líderes do governo fizeram uma análise do processo de impeachment que, para governistas, tem sido acelerado de forma proposital pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo fontes que participaram da reunião, apesar do cenário de crise agravado, ainda há consenso no governo de que a oposição não conseguirá os 342 votos para abrir o processo na Câmara.
"Essa margem está flutuando, mas o governo ainda acredita que barra o impeachment nesta primeira fase", disse uma fonte.
A ordem dada aos líderes que trabalham no Congresso é para que eles atuem junto aos parlamentares para tentar barrar as estratégias de Cunha, que consideram "uma tentativa de desviar o foco" das investigações da Lava Jato.
Temer
Apesar de buscar aproximação com Temer, uma fonte do Planalto disse que há a consciência que Temer e Cunha estão do mesmo lado e com a aproximação com tucanos ensaiam cenários para um futuro governo do peemedebista, em caso de afastamento de Dilma.
Mais cedo, em nota, Temer rechaçou a ideia de discutir "cenários políticos para futuro governo" e afirmou "que não delegou a ninguém anúncio de decisões sobre sua vida pública. Quando tiver que anunciar algum posicionamento, ele mesmo o fará, sem intermediários", diz a nota, enviada pela assessoria de Temer.
A nota não cita o senador tucano José Serra (SP) que, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira, afirmou que Temer deve assumir compromissos com a oposição e com o País caso Dilma Rousseff seja afastada da Presidência.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff iniciou os trabalhos da semana fazendo as contas para barrar o processo de impeachment e disposta a investir em reaproximações com o vice-presidente Michel Temer .
O objetivo é tentar "tocar a agenda" independente da situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, apesar de ter tido a posse da Casa Civil suspensa, pode vir para Brasília ainda nesta segunda-feira, 21, e começar um trabalho informal de articulação.
A avaliação é que Lula pode começar a trabalhar sem ser oficialmente ministro e que o governo não pode parar à espera de uma decisão do Supremo Tribunal Federal ( STF ), já que essa questão "não tem como depender de ações do Planalto".
Segundo interlocutores da presidente, durante a reunião de coordenação desta segunda-feira, 21, além de um diagnóstico do processo de impeachment que está em andamento, a presidente avaliou que é preciso reforçar os laços com o PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, que tem dado sinais de que o desembarque do governo está próximo.
A avaliação de fontes do governo é que, apesar da situação com o partido estar complicada, "ela não é irreversível". "A presidente deve fazer novamente um apelo aos ministros do PMDB para se reaproximar de Temer", disse um interlocutor.
O vice-presidente está nesta segunda-feira em São Paulo e, segundo sua assessoria, não tem compromissos públicos.
Além da preocupação com o PMDB, Dilma, os ministros e os líderes do governo fizeram uma análise do processo de impeachment que, para governistas, tem sido acelerado de forma proposital pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo fontes que participaram da reunião, apesar do cenário de crise agravado, ainda há consenso no governo de que a oposição não conseguirá os 342 votos para abrir o processo na Câmara.
"Essa margem está flutuando, mas o governo ainda acredita que barra o impeachment nesta primeira fase", disse uma fonte.
A ordem dada aos líderes que trabalham no Congresso é para que eles atuem junto aos parlamentares para tentar barrar as estratégias de Cunha, que consideram "uma tentativa de desviar o foco" das investigações da Lava Jato.
Temer
Apesar de buscar aproximação com Temer, uma fonte do Planalto disse que há a consciência que Temer e Cunha estão do mesmo lado e com a aproximação com tucanos ensaiam cenários para um futuro governo do peemedebista, em caso de afastamento de Dilma.
Mais cedo, em nota, Temer rechaçou a ideia de discutir "cenários políticos para futuro governo" e afirmou "que não delegou a ninguém anúncio de decisões sobre sua vida pública. Quando tiver que anunciar algum posicionamento, ele mesmo o fará, sem intermediários", diz a nota, enviada pela assessoria de Temer.
A nota não cita o senador tucano José Serra (SP) que, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira, afirmou que Temer deve assumir compromissos com a oposição e com o País caso Dilma Rousseff seja afastada da Presidência.