Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão: "As pessoas vão pensar direito na hora de afastar uma presidenta, uma mulher séria, honesta, com mais de 53 milhões de votos. Acho golpe" (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2015 às 14h11.
Rio - Aliado da presidente Dilma Rousseff, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse nesta terça-feira, 13, que ela está "preocupada, mas muito firme", diante da possibilidade de o pedido de impeachment avançar na Câmara.
"Ela sabe que esse movimento não é natural, é atípico. Ela vai se resguardar e vai lutar também. Ela está muito firme. As pessoas vão pensar direito na hora de afastar uma presidenta, uma mulher séria, honesta, com mais de 53 milhões de votos. Acho golpe", afirmou o governador, em entrevista durante visita ao complexo de favelas do Alemão (zona norte).
"Temos que respeitar o resultado das urnas. É um desserviço ao país trazer um processo desse, neste momento, ao Congresso Nacional", acrescentou.
A decisão sobre aceitar ou não o pedido de abertura de processo de impeachment cabe ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desgastado pela suspeita de ser beneficiário de várias contas bancárias na Suíça não declaradas à Receita Federal.
A Procuradoria Geral da República (PGR) investiga se as contas foram abastecidas pelo esquema de corrupção na Petrobras.
O governador evitou comentar a pressão de um grupo de parlamentares para que Cunha renuncie ao cargo de presidente da Câmara. "Isso cabe à Câmara, ele tem que ter seu direito de defesa", afirmou Pezão, que também foi investigado na Operação Lava Jato.
A Polícia Federal disse não ter encontrado elementos que incriminem o governador, mas a PGR ainda não se manifestou sobre o relatório policial.
"Sei o que passei. Não tenho nenhum problema em me explicar, mas só foi me dado o direito de defesa depois que me acusaram. Tem que dar o direito de a pessoa acusada se defender", respondeu.