Brasil

Dilma entrega obra com três anos e meio de atraso

A ampliação do berço 201 do Porto de São Francisco do Sul custou R$ 35 milhões e devia ter ficado pronta em fevereiro de 2010

Dilma durante cerimônia de inauguração do berço 201 do porto de São Francisco do Sul, e de entrega de 59 motoniveladoras e 10 caminhões-caçamba do PAC2 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma durante cerimônia de inauguração do berço 201 do porto de São Francisco do Sul, e de entrega de 59 motoniveladoras e 10 caminhões-caçamba do PAC2 (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2013 às 11h34.

São Francisco do Sul, SC - A presidente Dilma Rousseff inaugura nesta quarta-feira, 27, São Francisco do Sul, no litoral norte de Santa Catarina, uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que devia ter ficado pronta em fevereiro de 2010.

Executada pelo Exército, a ampliação do berço 201 do Porto de São Francisco do Sul custou R$ 35 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram bancados pelo governo federal e o restante, pelo próprio porto. Em entrevista a rádios ontem, Dilma disse que uma das maiores "dores de cabeça" do Palácio do Planalto é "justamente cumprimento de prazos".

"Cumprimento de prazo é algo muito importante quando a gente olha um país como o Brasil que precisa urgente de várias obras. Então, a gente tem feito um grande esforço nessa direção. Por que a gente fica preocupada com o atraso? Porque o atraso significa você atrasar o atendimento às necessidades da população ou compromissos assumidos", afirmou Dilma na terça-feira, ao falar com repórteres de emissoras de rádio do Ceará.

A ampliação do berço 201 do Porto de São Francisco do Sul foi tocada pelo 10º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro. Na época em que Dilma ainda era ministra-chefe da Casa Civil, o governo pretendia concluir a obra até 28 de fevereiro de 2010.

Em janeiro de 2012, uma ata de reunião extraordinária do conselho de autoridade portuária do porto alertou para a demora no cumprimento do cronograma. Um dos conselheiros questionou a "prolongada demora", alegando que o atraso é "muito representativo para a comunidade portuária".


Correção

Procurada pela reportagem, a assessoria do Exército informou ao Broadcast que "prima pela correção na execução orçamentária, com licitações bem estruturadas e rigoroso acompanhamento técnico, logístico e administrativo, o que pode gerar, até mesmo, uma economia de recursos na execução das obras".

"O Exército tem conseguido maior permanência nas obras, mesmo com eventuais atrasos por força de problemas técnicos. Se por um lado o tempo tende a se prolongar, por outro há a certeza do término da obra com a solução desses problemas", disse a assessoria. "O que seria um problema de atraso, acaba se transformando em solução para melhor continuidade da obra."

De acordo com o Exército, após a realização de testes de sondagem no Porto de São Francisco do Sul, houve a necessidade da revisão do projeto da obra para melhor a capacidade de suporte de 15 estacadas, "permitindo a conclusão dos trabalhos de modo a propiciar a segurança esperada para esse tipo de empreendimento".

O Porto de São Francisco do Sul é o sétimo do País em movimentação total de cargas. A ampliação do berço 201 deve representar um aumento de 2 milhões de toneladas/ano na capacidade de movimentação do porto. O objetivo das autoridades é aumentar o fluxo de matéria-prima para regiões de produção agrícola nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná.


"O investimento foi necessário para modernizar a infraestrutura e melhorar as condições operacionais do porto", informou a Secretaria de Portos. Segundo o governo, o Porto de São Francisco do Sul "busca aperfeiçoamento para facilitar as manobras dos navios acima de 300 metros de comprimento, atento às tendências mundiais do mercado".

Reeleição

O périplo de Dilma por Santa Catarina - além de São Francisco do Sul, a presidente vai a Itajaí e Florianópolis, onde assina contratos entre o governo federal e o estadual - é um afago ao PSD de Gilberto Kassab, que formalizou na semana passada o apoio da sigla à reeleição da presidente.

Em Santa Catarina, no entanto, o PT é crítico feroz do governador Raimundo Colombo (ex-DEM) e o diretório local trabalha para lançar uma candidatura própria.

O diretório catarinense do PT é comandado pelo ex-deputado federal Cláudio Vignatti, adversário interno da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

"Vamos dialogar com todas as forças políticas que querem um projeto alternativo para nosso Estado, capaz de vencer a ausência de gestão e a falta de ligação entre governo e sociedade", afirmou Vignatti, em texto publicado na sua página oficial na internet.

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