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Dilma diz que é "ridículo" diferenciar votos de regiões

Presidente voltou a criticar diretamente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por comentários sobre os eleitores do PT


	Dilma Rousseff: "É uma visão absolutamente preconceituosa e elitista dizer que os meus votos são dos ignorantes e os ilustrados são deles"
 (REUTERS/Nacho Doce)

Dilma Rousseff: "É uma visão absolutamente preconceituosa e elitista dizer que os meus votos são dos ignorantes e os ilustrados são deles" (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2014 às 17h45.

Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, acusou nesta quinta-feira seus adversários de fazerem uma oposição "ridícula" entre os votos do Nordeste e do Sudeste, e de "desrespeito" à população ao classificar como ignorantes os eleitores que votaram nela.

"Eles estão fazendo uma oposição que é ridícula entre o Sudeste e o Nordeste, em termos de votos meus", disse Dilma em entrevista a rádios da Bahia, em Salvador. 

"É uma visão absolutamente preconceituosa e elitista dizer que os meus votos são dos ignorantes e os ilustrados são deles, é um desrespeito com a população", acrescentou a petista.

Dilma voltou a criticar diretamente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por seus comentários de que os eleitores do PT seriam menos informados, atitude que, segundo ela, serviu para "destilar ódio mal resolvido".

"Essa história, por exemplo, de falar que nossos votos são de pessoas ignorantes, como foi falada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mostra simplesmente o preconceito e o desconhecimento. As pessoas não são ignorantes coisíssima nenhuma", afirmou.

Dilma também aproveitou a entrevista para acusar o PSDB de ter feito oposição aos principais programas sociais implantados pelo governo do PT, como por exemplo o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.

"Nós escutamos dizer que era bolsa-esmola, o ProUni eles entraram no STF com uma ação contra o Prouni, o Minha Casa Minha Vida eles não queriam aprovar os subsídios numa determinada época, as escolas técnicas eles proibiram que fossem construídas", disse.

Mais tarde, em discursos a apoiadores na capital baiana e em Aracaju, Dilma disse que o segundo turno da eleição presidencial representa uma disputa entre dois projetos e que o dela seria mais inclusivo do que o do seu adversário, Aécio Neves (PSDB).

"Do meu lado, temos um projeto que diz 'o Brasil tem que ser governado para todos os brasileiros', olhando com cuidado, com prioridade para aqueles que mais precisam", disse a petista em Salvador.

Dilma retomou a campanha no segundo turno no Nordeste, onde recebeu a maior quantidade de votos em todos os Estados no primeiro turno, com a exceção de Pernambuco.

A petista recebeu 16,4 milhões de votos na região, enquanto o seu rival no segundo turno, Aécio Neves (PSDB), somou 4,2 milhões. Ambos disputam os 6,3 milhões de votos dados pelos nordestinos a Marina Silva (PSB).

Após ter visitado o Piauí e a Paraíba na quarta-feira, nesta quinta ela cumpre agenda na Bahia, em Sergipe e Alagoas.

Em Aracaju, a presidente afirmou que a diferença entre as propostas dela e de Aécio também está na questão da defesa do emprego e do salário da população.

"Diante de qualquer crise econômica internacional nós jamais vacilamos... Eles diante da crise desempregavam", disse Dilma, numa referência aos dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A presidente fez ainda um apelo aos eleitores para responderem com "verdade" e "esperança" diante da "mentira" e do "ódio" da campanha dos adversários.

Pela manhã, ao ser questionada na entrevista a rádios da Bahia sobre o eventual apoio de partidos a sua candidatura no segundo turno, Dilma respondeu ter mais confiança no discernimento individual dos eleitores.

"Acredito que é importante o apoio dos partidos, mas eu sei também que numa democracia ninguém controla o voto das pessoas, e aí eu confio muito no voto da população", afirmou.

Texto atualizado às 17h45min do mesmo dia.

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