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Dilma defende legado da Copa

A presidente defendeu o legado da Copa do Mundo, ante as críticas sobre o elevado custo dos estádios e os atrasos nas obras


	Dilma Rousseff: para ela, a maioria do investimento público no Mundial é para o Brasil
 (AFP/Getty Images)

Dilma Rousseff: para ela, a maioria do investimento público no Mundial é para o Brasil (AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2014 às 10h53.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff defendeu o legado da Copa do Mundo, que começa em 12 de junho, ante as críticas sobre o elevado custo dos estádios e os atrasos nas obras.

Para Dilma, quando o Brasil conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo, a Fifa havia anunciado que os estádios seriam construídos com recursos da iniciativa pirvada.

Mas quando o governo percebeu que não saía nem "meio estádio", estabeleceu linhas de crédito público para as obras, explicou em um encontro com correspondentes estrangeiros na residência presidencial, na terça-feira à noite.

A presidente destacou que a grande maioria do investimento público no Mundial "é para o Brasil" e não para a competição em si.

Defendeu neste sentido as obras em aeroportos e de mobilidade urbana, ao afirmar que foram aceleradas porque muitas cidades não teriam planejado as reformas em muitos anos, mas reconheceu que boa parte das obras vai acabar após o torneio.

As críticas sobre a Copa apontam especialmente aos investimentos públicos bilionários nos estádios, no momento em que os brasileiros desejam melhores serviços de transporte, saúde e educação.

Quatro estádios ainda não estão concluídos a nove dias do início da competição.

Os brasileiros protagonizaram grandes manifestações nas ruas em junho de 2013, durante a Copa das Confederações, com a exigência do "padrão Fifa" também na saúde e educação.

Diante da possibilidade de novos protestos durante o Mundial, Dilma Rousseff afirmou que o governo garantirá "plenamente a segurança das pessoas" e que as manifestações poderão acontecer caso sejam "pacíficas e não impossibilitem a via pública necessária para a Copa".

Os últimos meses foram marcados por protestos e greves nos serviços públicos em várias cidades, mas a situação social parece um pouco mais calma esta semana. A Polícia Federal em Brasília aceitou um aumento de salário de 15%, com o compromisso de não entrar em greve durante a Copa, e os professores de São Paulo encerraram uma paralisação de 42 dias.

A presidente, que disputará a reeleição em outubro, descartou uma relação entre a política e a Copa do Mundo.


Se a Copa influencia as eleições, é algo que está "a cargo do eleitor", disse.

Ela também manifestou otimismo com a seleção do Brasil na Copa, depois da goleada de 4-0 sobre o Panamá em um amistoso disputado na terça-feira em Goiânia.

Brasil espera sinal do governo americano

No encontro, Dilma Rousseff afirmou que ainda espera dos Estados Unidos um "sinal forte" de que não se repetirá o caso de espionagem, que supostamente afetou suas comunicações.

No ano passado, a imprensa divulgou que Washington teria espionado as comunicações da presidente e da Petrobras, o que levou Dilma a criticar as práticas na ONU e a cancelar uma visita de Estado a Washington em outubro.

A presidente se declarou inclinada a remarcar a visita, mas afirmou que as condições ainda não estão presentes, ao comparar a possibilidade a um casamento: "Estamos na fase do namoro, talvez noivado, não de casamento".

"Tenho uma relação com (o presidente americano Barack) Obama de muito respeito e muito qualificada", disse.

Também destacou que, apesar das divergências provocadas pela espionagem, a relação permaneceu em um nível elevado e prossegue em outros temas.

No encontro com os correspondentes, Dilma negou que o ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana Edward Snowden, atualmente asilado na Rússia, tenha solicitado asilo formal ao Brasil.

"Não temos nenhum registro e não foi pedido este asilo", disse.

Durante a entrevista, Dilma Rousseff descartou a legalização da maconha no Brasil, nos termos como foi recentemente aprovada no Uruguai.

"Aqui no Brasil não cabe a legalização da maconha", porque é um país onde existe o crime organizado e as principais drogas são o crack e a cocaína, disse.

"No Brasil a pauta não é a legalização, é o combate, ajudar no tratamento de viciados e a prevenção", completou.

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