No Pará, um grupo de índios ocupou o principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Depois de quatro dias, eles concordaram em deixar o local. Mas, para isso, foi feito um acordo com o governo federal (REUTERS/Lunae Parracho)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2013 às 18h32.
Brasília – A situação dos conflitos indígenas no país está sendo discutida em reunião convocada pela presidenta da República, Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada. Estão presentes os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Também participam o Advogado-Geral da União, Luiz Inácio Adams, e o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes.
Ontem (30), um índio foi morto em Mato Grosso do Sul, durante uma operação de reintegração de posse de uma fazenda em Sidrolândia, município que fica a cerca de 60 quilômetros da capital Campo Grande. Osiel abriel foi morto a tiros e, segundo o ministro José Eduardo Cardozo, a Polícia Federal já abriu inquérito para apurar o crime. A fazenda estava ocupada desde o dia 15 deste mês. Ela fica em uma área em que há conflito fundiário há mais de uma década.
No Pará, um grupo de índios ocupou o principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Depois de quatro dias, eles concordaram em deixar o local. Mas, para isso, foi feito um acordo com o governo federal. Na próxima semana, em Brasília, eles vão se reunir com representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República e dos ministérios da Justiça e de Minas e Energia. Até lá os índios manterão a ocupação de Belo Monte.
Com o acordo, a ordem de reintegração de posse concedida, na terça-feira (28), pela subseção da Justiça Federal, em Altamira, não será cumprida até segunda ordem.
O acordo permitiu que a Norte Energia, empresa responsável pela construção da hidrelétrica, retomasse as obras hoje, e, desde o começo da manhã, os operários estão voltando ao trabalho. De acordo com a construtora, os índios que ainda ocupam o canteiro estão alojados no escritório central, longe de qualquer área de produção pesada. A expectativa é que as atividades na obra sejam normalizadas até amanhã (1°).