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Dilma comenta Temer ter chamado impeachment de golpe: "ato de sincerícido"

Comentários da ex-presidente Dilma Rousself aconteceram nesta terça-feira (17), após declarações de Michel Temer ao programa Roda Viva

Temer ao lado de Dilma: ex-presidentes da República (Ueslei Marcelino/Reuters)

Naiara Albuquerque

Publicado em 17 de setembro de 2019 às 18h28.

Última atualização em 17 de setembro de 2019 às 19h10.

São Paulo - A ex-presidente da República Dilma Rousself comentou nesta terça-feira (17), em seu Twitter, a afirmação do ex-presidente Michel Temer de que ele "não apoiou o golpe", em clara referência ao impeachment, que aconteceu em 2016.

"Michel Temer cometeu ontem novo ato de sincericídio, no Roda Viva. Admitiu que eu sofri um golpe de Estado e disse que se Lula tivesse ido para o meu governo não teria havido o impeachment", escreveu a ex-presidente em seu Twitter, ao lado de vídeo com a declaração de Temer.

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A fala de Temer ocorreu nesta segunda, (16), durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em que foi convidado. Para o emedebista, um telefonema feito pelo ex-presidente Lula comprova que ele não era "adepto ao golpe".

"Jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe [...] O Lula pleiteava trazer o PMDB para impedir o impeachment e eu tentei. Mas, à esta altura, confesso, que a movimentação popular era tão grande, tão intensa, que os partidos já estavam mais ou menos vocacionados para a ideia do impedimento", disse ele. "Apenas assumi a presidência da República pela via, não só constitucional, como eleitoral porque quando a senhora ex-presidente foi eleita, eu também fui eleito".

Dilma também escreveu que "Temer não disse, contudo, que o Golpe de 2016 foi para enquadrar o Brasil no neoliberalismo" e completou dizendo que Temer não fez nenhuma menção a seus dois auxiliares mais próximos Moreira Franco e e Eliseu Padilha. "A Ponte para o Futuro é a matriz do programa de governo de Bolsonaro", finalizou.

Foi golpe x Não foi golpe

Entre 2015 e 2016, no auge do processo de impeachment, diversos partidos políticos, em sua maioria de esquerda, e entidades, taxaram a saída de Dilma Rousself da presidência de "golpe".  Na época, um manifesto do MST intitulado de Manifesto em Defesa das Instituições Democráticas chegou a ser criado e assinado por 480 personalidades, entre elas Chico Buarque, Wagner Moura e Osmar Prado.

Do outro lado, críticos ao governo petista diziam que a visão de golpe era absurda. A deputada estadual de São Paulo, Janaina Paschoal (PSL), foi uma das relatoras responsáveis pelo processo de impeachment. "Muito embora eu esteja convicta de que estou agindo certo, reconheço que minhas atitudes podem gerar sofrimento", disse a deputada na época do impeachment.

 

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