Dilma anuncia novos ministros e conclui formação de equipe
Mauro Vieira substitui Luiz Alberto Figueiredo no Itamaraty. Mercadante continua na Casa Civil
Talita Abrantes
Publicado em 31 de dezembro de 2014 às 11h55.
São Paulo - Após uma verdadeira queda de braço com os partidos da base aliada, a presidente Dilma Rousseff acaba de anunciar, finalmente, a equipe completa de ministros para o próximo mandato - que começa no dia 1º.
Dos 14 nomes anunciados hoje, 13 já estavam no comando das pastas atuais.
Da lista divulgada hoje, o Ministério das Relações Exteriores será o único com nova gestão a partir de amanhã. O atual ministro Luiz Alberto Figueiredo será substituído por Mauro Luiz Lecker Vieira, hoje embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Até ontem, a presidente já tinha anunciado os nomes dos ministros de 25 ministérios. Veja quem são eles.
Pasta | Ministro |
---|---|
Advocacia Geral da União | Luis Inácio Adams |
Casa Civil | Aloizio Mercadante Oliva |
Gabinete de Segurança Institucional | José Elito Carvalho Siqueira |
Ministério da Justiça | José Eduardo Cardozo |
Ministério da Saúde | Arthur Chioro |
Ministério das Relações Exteriores | Mauro Luiz Lecker Vieira |
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome | Tereza Campello |
Ministério do Meio Ambiente | Izabella Teixeira |
Ministério do Trabalho e Emprego | Manoel Dias |
Secretaria da Comunicação Social | Thomas Traumann |
Secretaria da Micro e Pequena Empresa | Guilherme Afif Domingos |
Secretaria de Assuntos Estratégicos | Marcelo Côrtes Neri |
Secretaria de Direitos Humanos | Ideli Salvatti |
Secretaria de Políticas para as Mulheres | Eleonora Menicucci de Oliveira |
São Paulo - Faltando um dia para o início do novo mandato, a presidente Dilma Rousseff ainda não concluiu a (tão aguardada) reforma ministerial. Das 39 pastas, 14 ainda não tiveram seus novos (ou antigos) ministros confirmados. O impasse no comando do Ministério das Relações Exteriores seria a principal explicação para a demora de Dilma para concluir a nova equipe ministerial. Segundo os jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, a presidente estaria dividida entre manter o atual ministro Luiz Alberto Figueiredo ou substitui-lo por Celso Amorim, que pode deixar a Defesa, ou por Mauro Vieira, embaixador do Brasil em Washington. As Secretarias de Comunicação Social e de Assuntos Estratégicos também estariam indefinidas. Os demais ministérios, segundo ambas publicações, devem continuar com os atuais comandantes até segunda ordem. Veja nas fotos quem são os ministros já anunciados pelo Planalto.
Anunciado na noite de ontem, Juca Ferreira é o atual secretário municipal de Cultura de São Paulo. Entre 2008 e 2010, foi ministro da Cultura. Antes disso, tinha atuado como secretário-executivo durante a gestão de Gilberto Gil na pasta. O sociólogo coordenou a área cultural da campanha de Dilma Rousseff à reeleição. Depois de mais duas décadas no PV, Juca filiou-se ao PT em 2012.
O Ministério das Comunicações continuará sendo comandado por um petista. Ricardo Berzoini (PT), atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, vai substituir Paulo Bernardo. Bancário e nascido em 1960, Berzoini ingressou no Banco do Brasil em 1978. Em 1985, iniciou sua militância no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Depois, assumiu como secretário de Imprensa e Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Berzoini foi eleito deputado federal pelo PT quatro vezes (1998, 2002, 2006 e 2010) e assumiu como presidente nacional do PT em 2005. No governo Lula, foi ministro da Previdência Social, quando esteve à frente da reforma da Previdência. No Ministério das Comunicações, Berzoini irá tratar da discussão sobre regulação da mídia.
Médico e deputado pelo PT no Rio Grande do Sul, Pepe Vargas foi nomeado para a Secretaria de Relações Institucionais. Nos últimos dois anos, Vargas foi ministro do Desenvolvimento Agrário. Agora, o gaúcho será responsável pela articulação política do governo. Natural de Nova Petrópolis, foi vereador de 1989 a 1992 e deputado estadual de 1995 a 1996. Além disso, foi eleito prefeito de Caxias do Sul e reeleito em 2000. Sete anos depois, elegeu-se deputado federal e reeleito para o período de 2011-2014.
Servidor de carreira do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Carlos Eduardo Gabas (PT) foi escolhido como novo ministro da Previdência Social. Filiado ao PT há mais de 25 anos, Gabas foi responsável, em 2006, por coordenar o grupo de trabalho responsável pela elaboração do programa de governo do PT na área de previdência social. Assim, Gabas foi o primeiro servidor do órgão a se tornar ministro da Previdência Social. Com 49 anos, ele é formado em Ciências Contábeis pela Faculdade Católica Salesiana de Araçatuba (SP), cidade onde nasceu, e também pós-graduado em Gestão de Sistemas de Seguridade Social pela Universidade Federal de Madri Alcalá de Henares (Espanha).
Deputado federal eleito pelo PT mineiro, Patrus Ananias, ex-prefeito de Belo Horizonte, substitui Miguel Rosseto no Ministério de Desenvolvimento Agrário. Durante sete dos oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), Patrus Ananias chefiou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. À frente da pasta, Ananias foi o responsável pela implantação do programa Bolsa Família. Em 2002, Ananias foi eleito deputado federal com mais de 520 mil votos - à época, foi o segundo mais votado do Brasil. Este ano, ele foi eleito deputado federal pelo PT mineiro. Nos últimos quatro anos, lecionou na Faculdade Mineira de Direito da PUC-Minas.
O novo ministro da Fazenda , Joaquim Levy, foi diretor do Tesouro Nacional durante a gestão do ex-ministro Antonio Palocci no primeiro mandato de Lula . Em 2006, ele deixou o governo para trabalhar no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Antes de ser nomeado ministro, atuava como diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursosdo banco Bradesco .
Tombini está no Banco Central desde 1998. Em 2010, assumiu a presidência do BC.
Hoje ocupada por Gilberto Carvalho, a Secretaria-Geral passa para Miguel Rossetto (PT). Sociólogo e um dos fundadores do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rossetto deixa o Ministério do Desenvolvimento Agrário, pasta que comandou também no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, Rossetto integrou a primeira executiva nacional do partido, em 1979. Além disso, ele foi vice-governador do Rio Grande do Sul, na gestão Olívio Dutra, e de deputado federal em 1994.
Kátia Abreu é senadora pelo PMDB-TO.A ruralista se aproximou da presidente quando ainda estava no DEM, partido de oposição ao governo. Ela já foi do PSD e, recentemente, se filiou ao PMDB. A senadora épresidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).Ela faz parte da cota do PMDB no governo, mas foi escolhida pessoalmente por Dilma Rousseff. No entanto,indicação não foi bem aceita por parte da base da presidente, inclusive por parcela do PT.
Filiado ao PT desde 1980, Jacques Wagner está no fim de seu segundo mandato como governador da Bahia.O ex-governador tambémfoi ministro do Trabalho e das Relações Institucionais durante o governo Lula, além de deputado federal.Apesar de ter trilhado sua carreira política na Bahia, Jacques Wagner nasceu no Rio de Janeiro.
Até então ministro de Cidades, Gilberto Occhi (PP) será transferido para o Ministério da Integração Nacional. Vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal e funcionário de carreira do banco, é formado em direito e tem pós-graduação nas áreas de finanças e mercado financeiro, gestão empresarial e comércio exterior. A mudança já era esperada. Com a perda do Ministério das Cidades, Dilma compensaria o PP indicando Occhi para a pasta de Integração. O ministério cuida de obras como a transposição do Rio São Francisco, no Nordeste, contemplando o PP da região, que apoiou sua candidatura à reeleição.
Edinho Araújo é deputado federal pelo estado de São Paulo e, em 2015, começaria seu quarto mandato. Desde 2009, ele é filiado ao PMDB, mas já foi do PPS e do Arena.Ele já foi prefeito das cidades de São José do Rio Preto e de Santa Fé do Sul, ambas no estado de São Paulo, além de deputado estadual. Araújo faz parte da cota do PMDB nos ministérios.
Lages é o atual ministro do Turismo e deve permanecer na pasta por enquanto.Há a possibilidade de que o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) assuma o ministério. OPalácio do Planalto, no entanto, aguarda para saber se ele estará na lista de envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato.Vinicius Lages tem um perfil mais técnico e já atuou na área de turismo no Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa). Ele foi indicado para o cargo pelo senador Renan Calheiros (PMDB).
Filiado ao PMDB desde 1966 (quando o partido ainda se chamava MDB), Eliseu Padilha está chegando ao fim de seu quarto mandato como deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Ele não tentou a reeleição em 2014. Padilha já foi ministro no governo FHC, quando chefiou a pasta de Transportes. Agora, integra a cota do PMDB no governo Dilma, indicado pelo vice-presidente Michel Temer.
Filho do senador Jader Barbalho, Helder também faz parte da cota do PMDB no governo Dilma. Ele foi prefeito de Ananindeua, no Pará, e tentou o cargo de governador do estado nas eleições de 2014, mas foi derrotado por Simão Jatene (PSDB). O nome Barbalho sofre de grande rejeição no Pará devido às denúncias de corrupção envolvendo o senador Jader Barbalho, ex-governador do estado.
A pasta de Minas e Energia continuará sob comando do PMDB, agora com Eduardo Braga. Durante os 4 anos do primeiro mandato de Dilma a pasta foi ocupada por Edison Lobão. Braga foi duas vezes governador do Amazonas (2002-2006 e 2006-2010) e, depois, foi eleito senador em 2010. Desde março de 2012, ele é olíder do governo da presidente Dilma Rousseff na Casa.
Anunciado em 1º de dezembro para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (PTB-PE) é ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria. Este ano, ele disputou o governo de Pernambuco, mas foi derrotado por Paulo Câmara (PSB), herdeiro político de Eduardo Campos, morto em 13 de agosto de 2014. O senador já foi filiado ao PSDB e ao PMDB. Ele está no PTB desde 2003.
Pela primeira vez em 12 anos, o Ministério da Educação não ficará nas mãos de um petista. Desta vez, a presidente decicdiu nomear Cid Gomes (Pros) para o cargo, que termina seu mandato como governador do Ceará em 2014. Ele assume o lugar que no primeiro mandato de Dilma ficou a cargo de José Henrique Paim. Durante o 1º mandato de Dilma a pasta já foi ocupada por Fernando Haddad (julho de 2005 a janeiro de 2012) e Aloizio Mercadante (janeiro de 2012 a fevereiro de 2014).
O deputado federal George Hilton, do PRB, assume o Ministério do Esporte. Ele está há quatro mandatos na Câmara e preside o PRB em Minas Gerais. Além disso, o político é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus.
O Ministério das Cidades será comandado por Gilberto Kassab, do PSD. O ex-prefeito de São Paulo assumirá o lugar de Gilberto Occhi (PP), que está no cargo desde março de 2014. Kassab, que saiu derrotado na disputa pela cadeira de São Paulo no Senado, passou, junto com seu partido, a apoiar a presidente a partir do início da campanha eleitoral, em junho deste ano.
Aldo Rebelo (PCdoB), atual ministro dos esportes, passa a ocupar o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação.
Valdir Simão já foi secretário-executivo do Ministério do Turismo e hoje ocupa o posto número 2 da Casa Civil. Passará a comandar a Controladoria Geral da União.
A pedagoga mineira Nilma Lino Gomes comanda a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Agora, será titular da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Nelson Barbosa foi o escolhido para chefiar a pasta do Planejamento, Orçamento e Gestão. Esteve no governo entre 2003 e 2013, sempre na equipe de Guido Mantega. Entre 2011 e 2013, foi secretário executivo do Ministério da Fazenda.
Filiado ao Partido da República ( PR ), Antônio Carlos Rodrigues foi nomeado para o Ministério de Transportes . Ele atualmente é vereador em São Paulo e suplente da senadora Marta Suplicy. Assumiu a cadeira da petista no Senado em outubro de 2012, quando ela se licenciou do Legislativo para comandar o Ministério da Cultura. O futuro ministro já integrou a Procuradoria Parlamentar e o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, além de ter participado das comissões de Constituição e Justiça e de Assuntos Econômicos. Em 2012, foi eleito vereador de São Paulo pela quarta vez. Em um fato inédito, foi o primeiro vereador a ocupar quatro vezes consecutivas a Presidência da Casa, nos anos de 2007 a 2010.
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