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Desfiles contagiam Sambódromo e milhares curtem Carnaval

Na noite de ontem, quem não estava celebrando o Carnaval nas ruas, voltou sua atenção para a primeira noite dos desfiles das escolas na Marques de Sapucaí

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2013 às 16h33.

Rio de Janeiro - O Carnaval entrou nesta segunda-feira em seu quarto dia com as atenções voltadas para o desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, que termina nesta noite, enquanto milhares de foliões se divertem nas ruas atrás dos blocos e trio elétricos.

Na noite de ontem, quem não estava celebrando o Carnaval nas ruas, voltou sua atenção para a primeira noite dos desfiles das escolas na Marques de Sapucaí, que acabou hoje já com os primeiros raios da manhã.

A última das seis escolas que se apresentou na primeira parte dos desfiles foi a tradicional Portela, que fez uma homenagem ao popular bairro de Madureira, subúrbio carioca considerado um dos berços do samba e das religiões afro-brasileiras.

Um dos protagonistas do desfile de Portela, que se apresentou diante de cerca de 80.000 pessoas, foi o príncipe Albert de Mônaco, fantasiado com uma camiseta azul, típica da agremiação, e o tradicional chapéu branco dos sambistas.

Antes da Portela, passaram pela avenida Inocentes de Belford Roxo, Unidos da Tijuca, União da Ilha do Governador, Salgueiro e Mocidade Independente, muitas delas apresentando enredos patrocinados e globalizados, ao contrário dos carnavais de antigamente, nos quais as escolas costumavam abordar assuntos históricos brasileiros.

Exemplos claros desta tendência foram a Inocentes de Belford Roxo, com uma homenagem à imigração coreana; a Unidos da Tijuca, com um enredo sobre a Alemanha; e a Mocidade Independente, que fundiu o samba com o rock em uma apresentação dedicada ao Rock in Rio.

Essa mudança na festa vem surpreendendo muitos críticos e tradicionalistas, que afirmam ter saudade dos antigos carnavais, que ao mesmo tempo em que divertiam o povo, colocavam o dedo na ferida das desigualdades sociais ou serviam para protestos políticos, hoje totalmente ausentes.


Críticos do Carnaval consideram que atualmente os patrocinadores colocam muito dinheiro nos desfiles e não querem ver nenhuma crítica. Um desfile de uma escola de samba pode chegar a custar até US$ 15 milhões e por isso é cada vez mais difícil arcar com os gastos sem apoio privado.

Na segunda noite de desfiles do Sambódromo se apresentarão São Clemente, Mangueira, Beija Flor, Acadêmicos da Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense e Unidos de Vila Isabel.

Alheias ao espetáculo da Marquês de Sapucaí, os blocos fazem um Carnaval mais popular e democrático, lotando as ruas do Rio de Janeiro de foliões, muitos deles usando criativas fantasias.

Um dos blocos mais movimentados nesta segunda-feira foi o Sargento Pimenta, que toca canções dos Beatles em ritmo de samba, o que vem se consolidando com uma tendência do carnaval carioca, a mistura de gêneros, que acaba atraindo todo tipo de público.

Em outras cidades do Brasil o Carnaval também atraiu milhares de pessoas e turistas, como Recife, Olinda e Salvador, onde a festa é animada por estrelas da música popular como Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Carlinhos Brown. 

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