Campo de trigo: única cultura em que o Brasil não é auto-suficiente (Faísca/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 15h40.
Brasil – O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse hoje (9), durante anúncio do levantamento da safra 2010/2011, estimada em 153 milhões de toneladas de grãos, que o Brasil não corre risco de desabastecimento de alimentos e que o governo está atuando para conter elevações excessivas nos preços. Ele ressaltou que os dois principais alimentos da mesa do brasileiro, arroz e feijão, estão, inclusive, com preços abaixo do mínimo estabelecido pelo governo.
“O [valor do] arroz e o feijão estão sendo frutos do esforço do governo, por meio de leilões de apoio à comercialização, para trazer seus valores para próximo do preço mínimo”, afirmou Rossi. No início do mês, o Ministério da Agricultura anunciou que comprará 360 mil toneladas de arroz e 100 mil toneladas de feijão, sendo um terço deste volume ainda em fevereiro. Além disso, apoiará a comercialização e o escoamento de 1,02 milhão de toneladas de arroz e 300 mil toneladas de feijão.
Segundo o ministro, o produtor rural brasileiro deve ter um ano de boa renda, algo incomum em safra recorde como deve ser a de 2010/2011. Ele garante, no entanto, que os preços pagos pelo consumidor serão razoáveis, se descolando um pouco da alta acentuada registrada nos últimos meses no mercado internacional.
A vocação brasileira para a produção de alimentos é a explicação para que o Brasil sofra menos pressão sobre o preço dos alimentos, segundo avaliação do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edilson Guimarães. “Nós produzimos, hoje, para o Brasil, para nosso consumo e somos supridores de alimentos no mundo. Se tirarmos o Brasil das contas dos estoques mundiais, vamos ver que o mundo não teria como se abastecer de produtos agrícolas sem o país”.
O ministro comentou que a única cultura a qual o país consome, mas a produção não é suficiente para atender o mercado interno é o trigo, que corre o risco de alta elevada em seu valor com a confirmação da quebra de safra na China, o maior produtor mundial do cereal.
Segundo Rossi, os ministérios da Agricultura e da Fazenda iniciaram novas discussões para analisar a viabilidade do Brasil se tornar autossuficiente no produto e lançar uma nova política de estímulo ao plantio.