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Deputada é investigada por fraude no Banco do Brasil

Deputada distrital está entre os 32 suspeitos de integrar um esquema criminoso suspeito de aplicar um golpe milionário no banco público


	Golpe no Banco do Brasil: polícia vinha investigando o esquema, que pode dar um prejuizo de R$ 100 milhões aos cofres públicos, desde 2013
 (Adriano Machado)

Golpe no Banco do Brasil: polícia vinha investigando o esquema, que pode dar um prejuizo de R$ 100 milhões aos cofres públicos, desde 2013 (Adriano Machado)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2015 às 16h23.

Brasília - Uma deputada distrital, um ex-diretor da autarquia responsável pelo transporte público do Distrito Federal e, pelo menos, dois servidores do Banco do Brasil estão entre os 32 suspeitos de integrar um esquema criminoso suspeito de aplicar um golpe milionário no banco público. Segundo o delegado da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, Jefferson Lisboa, o prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 100 milhões.

Trinta e duas pessoas investigadas foram conduzidas para prestar depoimento durante a primeira fase da Operação Trick, deflagrada na manhã de hoje (30). Entre os investigados estão a deputada distrital Telma Rufino (PPL) – que, por possuir mandato parlamentar, não pôde ser conduzida para depor – e o ex-diretor do DFTrans e atual presidente do PPL, Marco Antônio Campanella. De acordo com o delegado, Rufino e Campanella são, junto com o gerente de uma agência do Banco do Brasil alvo do esquema, “os principais líderes da organização criminosa”.

“Ficou demonstrado que eles [Rufino e Campanella] tinham uma empresa real para possível lavagem do dinheiro e eram os mentores do esquema. Criavam empresas fantasmas, com as quais entravam em contato com o gerente do banco – também ele considerado um dos chefes do esquema – e conseguiam o dinheiro [emprestado]”, disse Lisboa durante entrevista à imprensa. O gerente do banco, cujo nome não foi divulgado, era responsável por liberar o dinheiro solicitado, independentemente da inconsistência dos documentos apresentados.

A polícia vinha investigando o esquema desde 2013. De acordo com o delegado, os mentores do grupo criavam empresas fantasmas para obter empréstimos no Banco do Brasil.

Os valores de cada operação variava entre R$ 800 mil e R$ 1,4 milhão. Depois, para lavar o dinheiro e colocá-lo em circulação, os investigados forjavam compras em outras empresas fantasmas que faziam parte do esquema. Cinquenta e cinco empresas fantasmas e 19 verdadeiras são alvo da investigação.

Como os empréstimos não eram pagos, o prejuízo estimado varia entre R$ 70 e R$ 100 milhões. Com base em informações fornecidas pelo próprio banco, o delegado afirma que esta foi a maior fraude cometida no Distrito Federal contra a instituição bancária.

A polícia tenta identificar a participação de cada investigado no esquema e quanto em dinheiro cada um, eventualmente, recebeu.

“Não temos como definir a quantia exata de valores destinados a cada uma das pessoas. A participação de cada envolvido está sendo apurada. A definição disso vai depender da análise dos documentos apreendidos e da quebra do sigilo bancário”, afirmou Lisboa, garantindo estar convencido de que todos os investigados “de uma forma ou outra, eram beneficiados”.

Em nota, a deputada distrital Telma Rufino disse desconhecer o teor do inquérito policial e que, por isso mesmo, só irá se pronunciar sobre o mérito das suspeitas após conhecer as acusações.

Ela afirmou estar à disposição das autoridades e que “em data oportuna e marcada previamente”, comparecerá à sede da Coordenação de Repressão a Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e Fraudes da Polícia Civil, onde prestará esclarecimentos.

Até a publicação desta matéria, Marco Antônio Campanella e seu advogado não foram localizados pela reportagem.

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