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Bolsonaro vai ao Chile de olho em uma reorganização regional

Os presidentes do Paraguai, Mario Abdo, do Peru, Martín Vizcaya e da Argentina, Mauricio Macri, também participarão das discussões para criar o Prosul

Bolsonaro E Piñera: presidente chileno veio prestigiar o brasileiro em sua posse, em janeiro (Marcos Correa/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2019 às 06h08.

Última atualização em 22 de março de 2019 às 16h36.

O presidente Jair Bolsonaro acaba de voltar de uma viagem aos Estados Unidos , mas tem outro compromisso internacional marcado: o brasileiro desembarca no Chile nesta quinta-feira, 21, para reuniões com políticos chilenos e com líderes da América do Sul .

Na pauta, a integração da região — ou a falta dela. Uma reunião está marcada para sexta-feira, 22, para discutir a criação do Prosul (Fórum para o Progresso), projeto de integração que deve substituir a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), paralisada há dois anos.

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A ideia é que o Prosul funcione somente como um fórum, com estrutura mais enxuta. Não é a mesma estratégia do Mercosul, que possui vantagens comerciais e não integra todos os países da região (participam somente Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que são fundadores, e a Venezuela).

Mas, no fim, a troca de um organismo pelo outro não é só nominal ou de estrutura, como apontam alguns analistas e diplomatas: a Unasul nasceu em 2008, no auge dos governos de esquerda na América Latina, com grande incentivo do ex-presidente Venezuelano, Hugo Chávez. O Prosul, por sua vez, é encabeçado pelos novos governos de direita de Sebastián Piñera, do Chile, e Iván Duque, da Colômbia.

Também participarão do encontro os presidentes do Paraguai, Mario Abdo, do Peru, Martín Vizcaya e da Argentina, Mauricio Macri . Um convite também foi feito a Juan Guaidó , autoproclamado presidente interino da Venezuela .

Além da Unasul, Bolsonaro usará os dois dias no Chile para estreitar as relações com os chilenos. O presidente Piñera fará um almoço para Bolsonaro no sábado, 23, e o evento já gerou polêmicas.O presidente do Senado chileno, Jaime Quintana, de um partido de centro-esquerda de oposição ao governo, recusou convite para participar do almoço. “Minha convicção não me permite homenagear aqueles que se manifestam contra minorias sexuais, mulheres e indígenas”, escreveu o congressista no Twitter. Protestos contra a presença de Bolsonaro também estão marcados por grupos de defesa dos direitos humanos chilenos.

Especula-se que, no governo Bolsonaro, a relação Brasil-Chile pode ficar tão forte quanto a já conhecida relação com a Argentina — sobretudo a depender do resultado das eleições argentinas, em outubro. Sinal de novos tempos na América do Sul.

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