Casais com filhos menores de idade são líderes no ranking de arranjos familiares (Getty Images/Reprodução)
Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 10h21.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um levantamento que mostra que em 2024 o Brasil voltou a registrar queda no número de divórcios após três anos consecutivos de aumentos.
O levantamento obtido com exclusividade pela Exame e divulgado pelo instituto mostra que no anterior foram registadas 428 mil separações.
O número representa queda de 2,8% em relação a 2023. Confira abaixo o número de registros dos últimos cinco anos.
Em 2019, o IBGE também havia registrado a primeira queda após três anos consecutivos de aumento nos divórcios, porém menor do que a de 2024 — a redução naquele ano foi de 0,5%.
O feito se repetiu de forma mais expressiva em 2020, quando o número de separações encolheu 13,6%. No entanto, nos anos seguintes os registros voltaram a crescer.
Ao nível nacional, a taxa de divórcio foi de 2,7% em 2024. A Região Sudeste liderou com índice, com 3,3%.
O IBGE calcula a taxa de divórcio com base no número de ocorrências para cada mil pessoas acima de 20 anos.
Rondônia liderou com ranking, com 4,9%; e Roraima foi o estado com menor taxa, de 0,2%. Fonte: IBGE
Os dados mostram que a cada 100 casamentos de casais heterossexuais, ocorrem 45,7 divórcios. Em média, os homens têm 44 anos na data da separação e as mulheres 41.
Na comparação com os dados históricos da pesquisa, é possível observar que a duração do casamento também mudou.
Em 2010, o tempo médio entre o dia do casamento e a data da sentença do divórcio era de aproximadamente 16 anos. Em 2024, os relacionamentos ficaram menores e duraram em média 13 anos.
A configuração familiar de casas que passam por divórcios também mudou ao longo dos anos. A maior proporção de divórcios judiciais em primeira instância aconteceu entre famílias constituídas somente com filhos menores de idade, com 45,8% dos casos.
No comparativo com os dados de 2014, o percentual representa uma queda de 2,3%. Ainda assim, o grupo lidera a constituição familiar com maior ocorrência de separações.
Em segundo lugar, os dados apontam para os casais sem filhos, que representam 30,4% do total. Para este o grupo, o percentual cresceu 3,9% na última década.
Após dez anos em que as mães eram as principais detentoras da guarda dos filhos menores de idade, em 2024 a guarda compartilhada foi a opção mais escolhida pela primeira vez.
Após saltar de 42,3% em 2023 para 44,6% em 2024, a modalidade superou a guarda unilateral das mães (42,6%).
No entanto, o percentual de pais que optam por permanecer com a guarda integral dos filhos caiu no último ano. Em 2023, eram 3,3% dos casos e em 2024 o índice é de 2,8%.