Paulo Skaf: empresário teria pedido R$ 6 milhões em doação da Odebrecht (Ayrton Vignola/Skaf Oficial/Divulgação/Fotos Públicas)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de março de 2017 às 12h07.
São Paulo - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, não quis comentar neste sábado, 4, a citação de seu nome no depoimento de Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral.
Ao ser questionado sobre as oitivas dos delatores da na Justiça Eleitoral no processo que julga a chapa Dilma-Temer, vitoriosa na eleição de 2014, Skaf afirmou: "Problema do governo é do governo, cada um com seus problemas. A minha preocupação é ajudar para que o País retome o crescimento econômico".
O presidente da Fiesp, que visitou uma unidade do Senai no bairro Santo Amaro, na zona sul da capital Paulista, disse a jornalistas que os impactos políticos causados pelas delações e denúncias de irregularidades em campanhas de 2014 não devem superar a busca pela retomada do crescimento da economia.
Filiado ao PMDB e candidato ao governo do Estado na campanha daquele ano, Skaf teria pedido R$ 6 milhões em doação da Odebrecht para a campanha, conforme relato de Marcelo Odebrecht ao TSE.
O dinheiro teria sido acertado como parte de uma doação de R$ 10 milhões acordada entre a empresa e o PMDB, presidido na época pelo então candidato a vice-presidente Michel Temer.
Na semana passada, Skaf divulgou uma nota dizendo que todas as doações recebidas pela campanha ao governo de São Paulo estão devidamente registradas na Justiça Eleitoral.
Afirmou ainda que nunca pediu e nem autorizou ninguém a solicitar qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas.
Skaf disse que não conversou com Temer sobre as notícias relacionadas aos depoimentos.
"Esperamos que a Lava Jato ou qualquer outra operação cumpra seu papel principal, que é punir aqueles que merecem, que deram motivo, que são criminosos, sejam corruptos ou corruptores", afirmou o presidente da Fiesp. "Não devemos ficar por conta só de assistir questões políticas e esquecer da economia e do emprego", finalizou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.