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Departamento de propina da Odebrecht pagava milícias

Em delação, Marcelo Odebrecht explicou que o "departamento de propinas" nasceu para pagar pelo resgate em sequestros de executivos

Armas: setor também seria usado para drenar recursos de caixa 2 a milícias e grupos armados (Arquivo/Getty Images)

Armas: setor também seria usado para drenar recursos de caixa 2 a milícias e grupos armados (Arquivo/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de março de 2017 às 09h39.

Última atualização em 3 de março de 2017 às 10h10.

São Paulo - No depoimento à Justiça Eleitoral, na quarta-feira, dia 1º, em Curitiba, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht negou que o Departamento de Obras Estruturadas da empreiteira tivesse como principal objetivo pagar propinas a políticos e agentes públicos, como afirma a Operação Lava Jato.

Segundo o empresário preso, o setor conhecido hoje como "Departamento de Propina" foi criado para o pagamento de resgates de funcionários da empreiteira sequestrados em países atingidos por conflitos armados ou grande violência urbana.

O setor também seria usado para drenar recursos de caixa 2 a milícias e grupos armados destes países.

De acordo com pessoas que tiveram acesso ao depoimento, o empresário disse só ter descoberto que o departamento era usado também para o pagamento de propinas a políticos no Brasil depois da deflagração da Lava Jato.

A Odebrecht está presente no exterior desde a década de 1970. Em 1985, segundo o site da empresa, as obras fora do Brasil já respondiam por 30% do faturamento.

Entre os locais que têm ou tiveram conflitos nos quais a Odebrecht tem contratos estão Colômbia, Venezuela, Guatemala, Angola, Moçambique e Gana, além de países no Oriente Médio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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