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Denunciado na Lava-Jato, Serra classifica operação da PF de "desarrazoada"

Segundo a denúncia apresentada pelo MP, ex-governador recebeu da Odebrecht pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados a obras em São Paulo

José Serra: "Causa estranheza e indignação a ação deflagrada pela força-tarefa da Lava-Jato de São Paulo na manhã desta sexta-feira" (FotoArena/Getty Images)

José Serra: "Causa estranheza e indignação a ação deflagrada pela força-tarefa da Lava-Jato de São Paulo na manhã desta sexta-feira" (FotoArena/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de julho de 2020 às 16h55.

Última atualização em 3 de julho de 2020 às 19h00.

O ex-governador de São Paulo e atual senador José Serra reagiu à Operação Revoada e classificou a ofensiva que fez buscas contra ele, sua filha Verônica Allende Serra, e outros nomes ligados ao PSDB na manhã desta sexta, 3, como 'completamente desarrazoada.' Serra alega que a operação tem como base 'fatos antigos e prescritos'. Além de serem alvos da ação da Polícia Federal, o psdbista e sua filha foram denunciados por suposta lavagem de dinheiro transnacional.

O partido do senador, o PSDB, também se manifestou, defendendo uma investigação 'ampla e irrestrita', mas afirmou ter 'absoluta confiança' em Serra. O presidente do Diretório Estadual do PSDB em São Paulo, Marco Vinholi, reafirmou confiança no senador e no esclarecimento dos fatos pela Justiça.

"O PSDB de São Paulo defende a ampla e irrestrita investigação dos fatos sempre que houver questionamentos envolvendo recursos e agentes públicos. Ressaltamos nossa absoluta confiança no senador José Serra, na sua história e conduta, e na Justiça, onde as ações serão devidamente esclarecidas."

Segundo a denúncia apresentada nesta sexta, 3, Serra, entre 2006 e 2007, 'valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul.' "Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle", afirmou a Procuradoria em nota.

Paralelamente, a força-tarefa da Lava-Jato deflagrou a Revoada para aprofundar as investigações em relação a outros fatos relacionados a esse mesmo esquema de lavagem em benefício de Serra. Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Além de Serra e Verônica, são alvos da operação o empresário Ronaldo Cézar Coelho e José Amaro Pinto Ramos, apontado como operador do ex-governador.

As ordens foram expedidas pela Justiça Federal, que determinou ainda o bloqueio de 40 milhões de reais de uma conta na Suíça, informou a Procuradoria.

Com a palavra, o senador

"Causa estranheza e indignação a ação deflagrada pela força-tarefa da Lava-Jato de São Paulo na manhã desta sexta-feira, 3, em endereços ligados ao senador José Serra. Em meio à pandemia da covid-19, em uma ação completamente desarrazoada, a operação realizou busca e apreensão com base em fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da acusação.

É lamentável que medidas invasivas e agressivas como a de hoje sejam feitas sem o respeito à lei e à decisão já tomada no caso pela suprema Corte, em movimento ilegal que busca constranger e expor um senador da República.

O senador José Serra reforça a licitude de seus atos e a integridade que sempre permeou sua vida pública. Ele mantém sua confiança na Justiça brasileira, esperando que os fatos sejam esclarecidos e as arbitrariedades cometidas devidamente apuradas."

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