Dengue aumenta 840% no inverno deste ano
De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde, foram relatados 705 casos no período
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2014 às 08h24.
São Paulo - Apesar do período atípico, o número de casos de dengue no inverno deste ano foi 840% maior do que o registrado na mesma época no ano passado.
De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde, foram relatados 705 casos entre as semanas epidemiológicas 26 e 38, que compreendem a estação.
Em 2013, o número foi de 75 casos. Até o dia 1º deste mês, a cidade teve 27.721 casos autóctones, contraídos na cidade, dez vezes mais do que em todo o ano passado, que teve 2.617 casos.
Infectologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Artur Timerman observa que o aumento dos casos fora da época de pico, que ocorre durante o verão, tem relação com o fato de o inverno ter sido mais quente neste ano.
"Tivemos um inverno muito quente, com pouca chuva, mas, apesar disso, quando chove em São Paulo, como as condições de saneamento básico e coleta de lixo são precárias, são criadas condições (para o mosquito) mesmo no inverno", explica o infectologista.
Segundo Timerman, as larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, são resistentes. "As larvas podem sobreviver por até um ano e meio em condições desfavoráveis. Quando há calor e chuva, elas eclodem."
O infectologista diz ainda que a população não tem imunidade para todos os quatro tipos da doença . "Quando uma pessoa é infectada, tem imunidade a todos os sorotipos só por um ano e ao tipo que ela teve para o resto da vida."
Clínico-geral e infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paulo Olzon diz que os hábitos da população também estão relacionados ao aumento de casos.
"O mosquito precisa de água e de temperatura mais quente para sobreviver. Se estiver muito frio, diminui a proliferação. Aquelas condutas de não deixar prato com água não têm tanto rigor no inverno. As pessoas relaxam um pouco, porque vinculam a dengue com a chuva."
Alta temperatura
Na terça-feira, o secretário municipal da Saúde, José de Filippi Junior, também atribuiu o número expressivo de casos às altas temperaturas no inverno.
"Nós temos de fazer uma associação à temperatura e à ocorrência de umidade e menos chuva. Neste ano, tivemos um verão altamente quente e um inverno também mais quente."
Entre 21 de setembro e 13 de novembro, foram registrados 36 casos na capital. Em todo o Estado, foram relatados 186.389 autóctones. O levantamento considera o período de janeiro a outubro, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.
No litoral, o município de Mongaguá está em fase de alerta para a transmissão da doença e terá um mutirão contra a dengue na Segunda-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Apesar do período atípico, o número de casos de dengue no inverno deste ano foi 840% maior do que o registrado na mesma época no ano passado.
De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde, foram relatados 705 casos entre as semanas epidemiológicas 26 e 38, que compreendem a estação.
Em 2013, o número foi de 75 casos. Até o dia 1º deste mês, a cidade teve 27.721 casos autóctones, contraídos na cidade, dez vezes mais do que em todo o ano passado, que teve 2.617 casos.
Infectologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Artur Timerman observa que o aumento dos casos fora da época de pico, que ocorre durante o verão, tem relação com o fato de o inverno ter sido mais quente neste ano.
"Tivemos um inverno muito quente, com pouca chuva, mas, apesar disso, quando chove em São Paulo, como as condições de saneamento básico e coleta de lixo são precárias, são criadas condições (para o mosquito) mesmo no inverno", explica o infectologista.
Segundo Timerman, as larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, são resistentes. "As larvas podem sobreviver por até um ano e meio em condições desfavoráveis. Quando há calor e chuva, elas eclodem."
O infectologista diz ainda que a população não tem imunidade para todos os quatro tipos da doença . "Quando uma pessoa é infectada, tem imunidade a todos os sorotipos só por um ano e ao tipo que ela teve para o resto da vida."
Clínico-geral e infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paulo Olzon diz que os hábitos da população também estão relacionados ao aumento de casos.
"O mosquito precisa de água e de temperatura mais quente para sobreviver. Se estiver muito frio, diminui a proliferação. Aquelas condutas de não deixar prato com água não têm tanto rigor no inverno. As pessoas relaxam um pouco, porque vinculam a dengue com a chuva."
Alta temperatura
Na terça-feira, o secretário municipal da Saúde, José de Filippi Junior, também atribuiu o número expressivo de casos às altas temperaturas no inverno.
"Nós temos de fazer uma associação à temperatura e à ocorrência de umidade e menos chuva. Neste ano, tivemos um verão altamente quente e um inverno também mais quente."
Entre 21 de setembro e 13 de novembro, foram registrados 36 casos na capital. Em todo o Estado, foram relatados 186.389 autóctones. O levantamento considera o período de janeiro a outubro, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.
No litoral, o município de Mongaguá está em fase de alerta para a transmissão da doença e terá um mutirão contra a dengue na Segunda-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.