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Delcídio diz que Lula comandava todos os projetos do governo

Segundo anotação da PGR, "Delcídio afirma que o ex-presidente teve participação em todas as decisões relativas às diretorias das grandes empresas estatais"

Delcídio e Lula: segundo o senador, "Lula conhecia os projetos estratégicos do país" (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de março de 2016 às 18h54.

São Paulo - O Anexo 21 da delação bomba de Delcídio Amaral contradiz o ex-presidente Lula que tem reiterado que não tinha participação na indicação dos diretores da Petrobras durante seu governo (2003/2010).

Resumo dessa parte do relato do senador, segundo anotação da Procuradoria-Geral da República, diz que "ao contrário do que Lula sempre diz, Delcídio afirma que o ex-presidente teve participação em todas as decisões relativas às diretorias das grandes empresas estatais, especialmente a Petrobras . A indicação do Nestor Cerveró para a área Internacional foi discutida com Lula e a bancada do PT/MS (Zeca do PT e Delcídio do Amaral) no Palácio do Planalto no início de 2003."

Segundo Delcídio, "Lula conhecia os projetos estratégicos do País, tendo 'followup' permanente dos seus andamentos e das principais empresas contratadas. Lula sempre dialogou com todos os setores empresariais, tendo, com alguns deles, bastante intimidade, especialmente os donos das principais empresas de engenharia do Brasil. Ao mesmo tempo, Lula foi sempre muito próximo aos principais tesoureiros do PT e de alguns partidos aliados. No governo de Lula, os empresários tiveram um momento favorável para os seus negócios, 'nunca antes visto na História desse País', especialmente, como no segundo mandato do governo Lula."

O senador é taxativo. "Lula, com o advento da Operação Lava Jato, continuou a adotar o mesmo comportamento evasivo visto durante a crise do Mensalão."

Em outro trecho do Anexo 21, Delcídio afirma que "Lula se salvou de um impeachment com a exclusão do seu nome e do seu filho Fábio Luiz Lula da Silva na madrugada do dia 5 de abril de 2006 do Relatório Final da CPMI dos Correios, que foi aprovado em votação polêmica e duvidosa naquele mesmo dia. Com seu jeito envolvente e simples de fazer política, aberto a todo tipo de conversas com sua base parlamentar, Lula consolida seus apoios, aprofunda, principalmente, investimentos no social e acaba se reelegendo em 2006 com o apoio da base de sustentação construída no Congresso pós-Mensalão, principalmente, em razão da parceria com o PMDB."

O ex-líder do governo no Senado, preso no dia 25 de novembro de 2015 sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato, aponta para o que chama de ‘algumas características muito próprias da personalidade’ de Lula.

"Conviveu com Lula durante a crise (do Mensalão) e, posteriormente, apenas no final do seu segundo mandato e nos dois mandatos da presidente Dilma. Pôde observar algumas características muito próprias da personalidade do ex-presidente. Ao longo da crise política, Lula abandonou todos aqueles que o ajudaram na construção do projeto que o levou à Presidência da República (José Dirceu, Luiz Gushiken, José Genoino, Delúbio Soares, Silvio José Pereira, etc). Durante a crise do Mensalão, Lula nunca sabia de nada, evitava assumir qualquer responsabilidade sobre a crise buscando sempre justificativas, ou na oposição ou, eventualmente, nos ‘companheiros’ mais fragilizados."

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São Paulo - O Anexo 21 da delação bomba de Delcídio Amaral contradiz o ex-presidente Lula que tem reiterado que não tinha participação na indicação dos diretores da Petrobras durante seu governo (2003/2010).

Resumo dessa parte do relato do senador, segundo anotação da Procuradoria-Geral da República, diz que "ao contrário do que Lula sempre diz, Delcídio afirma que o ex-presidente teve participação em todas as decisões relativas às diretorias das grandes empresas estatais, especialmente a Petrobras . A indicação do Nestor Cerveró para a área Internacional foi discutida com Lula e a bancada do PT/MS (Zeca do PT e Delcídio do Amaral) no Palácio do Planalto no início de 2003."

Segundo Delcídio, "Lula conhecia os projetos estratégicos do País, tendo 'followup' permanente dos seus andamentos e das principais empresas contratadas. Lula sempre dialogou com todos os setores empresariais, tendo, com alguns deles, bastante intimidade, especialmente os donos das principais empresas de engenharia do Brasil. Ao mesmo tempo, Lula foi sempre muito próximo aos principais tesoureiros do PT e de alguns partidos aliados. No governo de Lula, os empresários tiveram um momento favorável para os seus negócios, 'nunca antes visto na História desse País', especialmente, como no segundo mandato do governo Lula."

O senador é taxativo. "Lula, com o advento da Operação Lava Jato, continuou a adotar o mesmo comportamento evasivo visto durante a crise do Mensalão."

Em outro trecho do Anexo 21, Delcídio afirma que "Lula se salvou de um impeachment com a exclusão do seu nome e do seu filho Fábio Luiz Lula da Silva na madrugada do dia 5 de abril de 2006 do Relatório Final da CPMI dos Correios, que foi aprovado em votação polêmica e duvidosa naquele mesmo dia. Com seu jeito envolvente e simples de fazer política, aberto a todo tipo de conversas com sua base parlamentar, Lula consolida seus apoios, aprofunda, principalmente, investimentos no social e acaba se reelegendo em 2006 com o apoio da base de sustentação construída no Congresso pós-Mensalão, principalmente, em razão da parceria com o PMDB."

O ex-líder do governo no Senado, preso no dia 25 de novembro de 2015 sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato, aponta para o que chama de ‘algumas características muito próprias da personalidade’ de Lula.

"Conviveu com Lula durante a crise (do Mensalão) e, posteriormente, apenas no final do seu segundo mandato e nos dois mandatos da presidente Dilma. Pôde observar algumas características muito próprias da personalidade do ex-presidente. Ao longo da crise política, Lula abandonou todos aqueles que o ajudaram na construção do projeto que o levou à Presidência da República (José Dirceu, Luiz Gushiken, José Genoino, Delúbio Soares, Silvio José Pereira, etc). Durante a crise do Mensalão, Lula nunca sabia de nada, evitava assumir qualquer responsabilidade sobre a crise buscando sempre justificativas, ou na oposição ou, eventualmente, nos ‘companheiros’ mais fragilizados."

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